domingo, junho 08, 2008

Entrevista ao DE 06.06.08


“Tenho uma personalidade abrasiva”
Em entrevista ao Diário Económico Correia de Campos falou da saída do Governo, de Saúde e do estado do PS.
Bruno Proença e Mário Baptista
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Na primeira entrevista desde que saiu do Governo, António Correia de Campos afirma que não houve mudanças nas políticas de Saúde. Defende o Executivo dos ataques à esquerda e mostra o seu desagrado com Manuel Alegre. Diz ainda que sentiu “alívio” quando deixou o Governo.

Como é que viu o jantar desta semana que juntou Manuel Alegre e o Bloco de Esquerda?
É uma demonstração de liberdade e de pensamento, nesse aspecto é indiscutível. Tenho muita pena de ver um grande amigo com uma retórica completamente passadista e obsoleta, incapaz de descolar do passado. É um discurso muito bem escrito, poético e interessante, mas não tem nenhuma proposta. Tem erros factuais sobre o desemprego, dizendo que está a subir quando não está. Quem se prepara para uma intervenção com tanto destaque, em contra-corrente com o partido a que pertence, e em relação ao qual tem obrigações, devia ter-se preparado. Mas não. Não disse nada, não apresentou propostas.

Está apenas a cavalgar descontentamento mas é um vácuo?
Essa interpretação arrisca-se a ter adesão à realidade. É uma visão oportunística das dificuldades sociais e económicas por que passam os portugueses, tentando capitalizar esse descontentamento para desgastar o PS e granjear votos. Sinto que o Manuel Alegre, um velho amigo de há mais de 40 anos, está a ser usado pelas circunstâncias. Não está a ter a prevenção e a reflexão que devia ter numa circunstância destas, está a ser atraído para uma vertigem político-mediática. Quando há um político que pergunta o que valeu para as pessoas a consolidação do défice, isso parece uma enormidade. O cidadão comum já percebeu. Sei que é uma pessoa inteligente, tem formação suficiente para perceber isto. Há uma dose de imprudência, entusiasmo e de irracionalidade política.

Há neste momento uma marcação cerrada ao Governo?
Nós conhecemos os nossos sindicatos, o Francisco Louçã até os classificou entre sérios e não sérios. É o máximo de divisionismo e de imponderabilidade e ligeireza de análise. Podemos ter muitas discordâncias com os sindicatos, mas temos de reconhecer o importantíssimo papel para a vida social e económica portuguesa. Dividir os sindicatos entre sérios e não sérios é inaceitável, e tem a ver com uma prática do Bloco, que tem usado o pódio do Parlamento para fazer ataques pessoais. Os ataques políticos não precisam de ser personalizados.

Também o artigo de Mário Soares deixou alertas. Sente que há uma parte do PS que está descontente com a governação?
É difícil afirmar que há sectores dentro do PS descontentes. O que há é chamadas de atenção de pessoas que acham que o PS tem de dar mais apoio à população que está em mais dificuldades. E tem de fazer aquilo que fez há dias, com os subsídios diferenciados para os titulares de abonos de família – e que não é tão pequeno quanto isso, são 125 milhões de euros. Nessa linha de diferenciação positiva, tem de orientar os apoios para os grupos e pessoas mais em risco. No entanto, é preciso saber quem são esses grupos e não se pode afirmar levianamente – usando dados de 2004 – que a pobreza aumentou, quando nos últimos anos a pobreza tem estado a diminuir.

Mas o que é que o Governo tem feito?
Sabemos todos muito pouco sobre pobreza e temos de saber mais. Quando o Governo cria uma rede de cuidados continuados para idosos, quando já tem 135 Unidades de Saúde Familiares com 200 mil novos doentes com médicos de família, isso é um enorme sucesso. Quando o Governo reduz as esperas cirúrgicas; quando no caso do cancro são 42 dias de espera e em 2002 eram quatro meses… Há muito trabalho já feito e não podemos passar por cima dele.

O Governo está apertado numa tenaz? À direita há uma nova líder que resolveu o problema de credibilidade do PSD e à esquerda há um crescimento do Bloco e do PCP.
Aparentemente o Governo está entre um ganho de credibilidade do PSD e um crescendo dos partidos à esquerda. Cada uma destas situações deve ser analisada separadamente. A subida da esquerda resolve-se daqui a um ano e meio – e veremos se os votantes que hoje parecem apoiar o Bloco de Esquerda ou o PCP mantêm essa intenção. Se nessa altura houver uma clarificação maior entre o PSD de Ferreira Leite e o PS de José Sócrates, as opções que se colocam a esses votantes transviados serão outras. Por outro lado, o facto de haver uma presença forte à direita quer dizer que é mais fácil fazer essa distinção. É extremamente positivo para a vida política portuguesa.

Acredita então no voto útil à esquerda, em 2009?
Há sempre voto útil nos partidos que ganham a maioria. Não digo que está perdida nem garantida, mas reconheço que há uma enorme dificuldade. Mas repare-se que Manuela Ferreira Leite foi forçada a defender uma mudança radical no Serviço Nacional de Saúde – o fim da universalidade –, o que é completamente diferente do que o PS defende. O PS demonstrou que é possível e sustentável ter um SNS universal e geral e, tendo em conta as condições económicas e sociais da população, tendencialmente gratuito.

Tem acompanhado a área da saúde desde a sua saída do Governo? Que análise faz, tendo em conta que tem sido apontada como uma das áreas onde a ordem é para diminuir o ênfase na economia e apostar no social?
Não há fundamentos para esse entendimento. Mas eu tenho um princípio de não comentar sucessores nem antecessores. Não me parece bem que comente a prestação de Ana Jorge, que conheço há muitos anos. Agora, sobre se a saúde virou à esquerda, que é a vossa pergunta, eu acho que está na mesma linha de orientação. É evidente que, do ponto de vista mediático e comunicacional, houve uma mudança de protagonista. Uma das razões – a principal, talvez até a exclusiva – pela qual saí do Governo foi porque politicamente não tinha espaço.

Tinha má imagem pública?
A imagem política estava muito colada a medidas tidas como desagradáveis. Mas não eram atentatórias de ninguém. Bastaram dois meses para se provar que as pessoas de Anadia estão mais satisfeitas com a nova situação. A minha saída deveu-se ao facto de eu ter entendido, juntamente com o primeiro-ministro, que não havia condições políticas para continuar, dada a criação de uma aura de rigor e dureza que naturalmente não correspondia à realidade.

Foi sacrificado?
Não foi um sacrifício. Do ponto de vista pessoal não foi sacrifício nenhum. Olhando para a minha saúde, qualidade de vida, família, foi, de um ponto de vista puramente egoísta, positivo. No Governo fiz aquilo que tive de fazer e que consegui fazer com o apoio integral do primeiro-ministro e das Finanças. Até fui mais longe do que pensava. Pensava estar metade do mandato, tomar as medidas difíceis e depois… Fui mais longe, estive quase três anos.

Mas quando entrou achava que só ia ficar até metade da legislatura?
A saúde estava enrolada, estava a ser capturado por toda a gente. Pelos profissionais, que não deixavam tomar nenhuma medida; pelas autarquias, que não deixavam substituir coisa nenhuma; pelos interesses económicos dos produtores de bens e medicamentos. Toda a gente capturava o SNS, o que só terminaria se houvesse dinheiro para toda a gente. Ainda por cima, numa altura de contenção.

A contestação veio dos interesses instalados?
Não vou culpabilizar esses interesses. O SNS precisava de reformas, de sangue novo e de novas ideias, como na saúde oral e nos cuidados continuados. Hoje há pelo menos três mil lugares de cuidados continuados. A qualidade do atendimento mudou, e muito, para melhor.

Se essas medidas estão todas em lançamento ou já lançadas porque sentiu que havia tanta contestação?
Um conjunto de razões, entre as quais não posso descartar a minha própria personalidade, que é abrasiva. Gosto de fazer coisas e para as fazer é preciso ir em frente, muitas vezes contrariar pessoas, e ter um estilo mais abrasivo.

Quando saiu do Governo sentiu alívio ou vazio?
Alívio biológico, físico e mental enorme. Mas tive surpresas. Quando esperava que os ataques violentos continuassem, isso cessou passados poucos dias. As crianças continuam a nascer nas ambulâncias mas não vê notícias nos jornais.

Acha que foi uma campanha?
Não me levam a essa conclusão, se é o que pretendem. Em primeiro lugar, tem a ver com a minha personalidade e de eu não ter sido capaz de explicar isso. Assumo totalmente. Mas a grande surpresa está em que esperava ser atacado publicamente, mas ao fim do terceiro dia comecei a ser quase entronizado. Toda a gente a dizer muito bem, sendo certo que uma parte era para dizer mal do primeiro-ministro. Sinto orgulho em ter trabalhado e em ter integrado o Governo de José Sócrates.

Se Sócrates ganhar, aceita voltar ao Governo?
Não esperava ser ministro da Saúde neste governo e evidentemente não contava com esse tipo de trabalho. Não sei para que é que eu sirvo mais. Estar no Governo hoje corresponde a uma pressão muito forte. É uma tensão muito grave.

“O Hospital Amadora-Sintra é um caso de escola de duplo erro de regulação”
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Qual o papel reservado aos privados no Serviço Nacional de Saúde (SNS)?
A minha ideia sobre os privados é a que está na Constituição. São complementares ao SNS – sei que representam 45% da prestação de saúde. A minha ideologia de esquerda e socialista não tem nenhum ‘partis-pris’ contra a prestação privada num mecanismo de complementariedade.

Controlar a gestão privada do Amadora-Sintra é tão difícil como diz o primeiro-ministro?
É. O Hospital Amadora-Sintra é um caso de escola de duplo erro de regulação. Em 1995, foi feito um contrato muito superficial que os socialistas tiveram de aceitar porque estava assinado. As dúvidas surgiram, aos poucos foi-se corrigindo, mas corre ainda um contencioso que criou uma situação desagradável. Fiz duas reuniões de conciliação entre a minha administração regional e o concessionário – devido à actuação inóspita (para usar um adjectivo benigno sobre as mais altas instâncias de julgamento das contas públicas), tivemos 28 dirigentes públicos perseguidos como criminosos, como predadores de recursos públicos. Imaginem que são dirigentes da administração pública e têm no passado uma situação destas: reagem de forma duplamente defensiva, são muito rigorosos e exigentes, ficam “mais papistas que o papa”. Conseguimos chegar a acordo para 2002 e 2003, mas nos anos seguintes a previa que a situação fosse a mesma. Proferi o despacho em 2006 para se poder denunciar juridicamente o contrato com um ano de antecedência.

Aí dá-se a grande mudança, porque a sua intenção era manter o concurso para a gestão privada…
A minha intenção era manter a gestão privada por uma razão: o registo que tínhamos sobre a qualidade da gestão do Amadora-Sintra era bom. Tirando o aspecto negocial, que nos intoxicava as relações e era um problema, respeito a gestão capaz do Amadora-Sintra. É evidente que os governos têm que tomar decisões em função dos seus critérios políticos. O Governo entendeu cessar o contrato e voltar à esfera pública. Já agora, que se tomou uma decisão com esta discussão, em que os privados viram com incerteza as intenções do Governo, que se faça a sério. Devemos juntar na nova instituição a responsabilidade de construir o hospital de Sintra; e como não há recursos previsíveis no Tesouro para fazê-lo a expensas do Estado, então que seja em parceria público-privada (PPP), mas a curto prazo. Há toda a vantagem em agregar a estes dois hospitais toda a gestão da saúde daquela enorme área que envolve 550 mil pessoas e precisa de uma visão única – uma unidade local de saúde que agregue diferenciados e cuidados primários.

As PPP continuam interessantes para a saúde sem a parte clínica?
Se olharmos para um projecto de mil milhões, a construção é 200 milhões e o resto resulta dos dez anos de gestão clínica. Isso teve uma consequência terrível: tornou a negociação um terror, insuportavelmente longa. Vivi isso com o hospital de Cascais, onde negociámos 14 meses. Não é possível. Os próximos até podem ser mais rápidos, porque aquele era o hospital de Lisboa onde havia mais relutância e medo de a administração dar cada passo, e eu próprio fui às reuniões para acelerar o processo.

Acha que a administração pública ficou de pé atrás depois do processo contra a ARS de Lisboa?
Exactamente. O mal que se projecta por uma decisão deste tipo prolonga-se por anos. Queremos ter uma administração pública audaz e capaz de assumir riscos, mas como é que conseguimos isso se lhes pagamos menos que a concorrência e ainda os tratamos como culpados? Por amor de Deus…

A sua gestão à frente da Saúde ficou marcada pelo controlo das contas. O afastamento dos privados não faz perder essa pressão?
Os privados foram bons, trouxeram exigência. A miscigenação de conhecimento e capital intelectual foi útil, mas o modelo das PPP é muito complexo e traz dois ou três problemas graves. Um deles é a enorme litigância: se um concorrente se sentia ultrapassado, tinha um arsenal de técnicas jurídicas para embargar a decisão da administração. Até que eu chamei as pessoas todas e disse-lhes: «Meus amigos, se querem acabar com a experiência, continuem a encharcar-me de pareceres jurídicos para cujos argumentos não tenho capacidade jurídica ou financeira de resposta. Portanto, parem com isso.» E, verdade seja dita, pararam. Mas aconteceu também outra coisa: num dos concursos mais importantes e volumosos em marcha, surgiu uma decisão preocupante: na fase inicial, verificou-se que um concorrente tinha apresentado uma proposta assinalavelmente mais baixa, mas na fase da licitação a dois, o outro concorrente – que tinha ficado em segundo lugar – apresentou uma redução de mais de 20% da sua proposta.

Fala do hospital de Braga, em que a José de Mello Saúde desceu o preço da proposta em 22%…
Não direi que passei noites sem dormir, mas interroguei-me muito sobre isto. Como é que devia reagir? A lei das parcerias não me permitia desconfiar do súbito baixar de preço, até porque para desconfiar teria de estudar a proposta de fio a pavio, o que demora meses. Portanto não tinha possibilidade de saber se aquela baixa súbita no calor da disputa e da litigância entre ambos correspondia a ganhos de eficiência ou se havia um risco artificial. E mantenho a angústia. Como é possível baixar 20% de repente? Ou a primeira proposta foi muito mal calculada ou a segunda é muito generosa e tem algum vício redibitório, ou seja, alguma coisa que não se vê à primeira e que se pode virar contra o Estado. Isto é muito difícil de resolver. Podemos estar a deixar uma embrulhada para o sucessor...

Então o grupo Mello provocou a decisão…
Isso não sei, não faço juízos de valor.

A existência da ADSE ainda faz sentido?
É uma peça importante na negociação política com os sindicatos. Não estou a a imaginar uma negociação para racionalizar a função pública e depois dizer que vai acabar. Podem ter sentido os argumentos [para acabar], mas… A ligação entre a ADSE e a negociação com os sindicatos da função pública é indestrutível, a menos que consigamos tornar o SNS tão bom que os funcionários públicos não queiram a ADSE.

O LIVRO SERÁ “ACADÉMICO COM EXEMPLOS DE GOVERNAÇÃO”

Está a escrever um livro sobre a sua passagem pelo Governo?
O livro é muito objectivo, útil para o futuro. Nada intimista. É factual, para estudantes de saúde. É também ideológico porque é preciso explicar qual a posição do PS sobre o SNS, a favor da universalidade e generalidade. No livro pretendo explicar o porquê da diferenciação positiva num sistema de matriz universal.

Mas vai contar episódios do que se passou no Governo?
Sou um servidor público. Servi durante muitos anos o Estado português. Tive o privilégio de ter acesso ao melhor conhecimento, mestrado na Johns Hopkins, doutoramento, bolsas. Tive o máximo apoio a que pode aspirar um jovem académico e uma carreira na administração. Fui consultor e do ‘staff’ do Banco Mundial, conheci todos os países da antiga União Soviética, ganhei enorme experiência. Regressei agora à universidade da forma mais natural. Agora estou a dar aulas e este meu livro é também para os meus alunos, para lhes explicar as reformas. Não é retaliação, nem vingança, nem desconcerto. É didáctico e pela positiva. Académico, com exemplos de governação, é uma boa definição.

Entre ‘westerns’, clássicos e vinho link

Leva trabalho para todo o lado?
Infelizmente fui educado na matriz judaico-cristã do sacrifício e do trabalho. Levo para férias e fins-de-semana sempre mais trabalho do que conseguiria fazer. Regresso mais vezes de má do que de boa consciência. Com os portáteis é tudo mais fácil pela condensação da informação e mais difícil, pois estamos sempre contactáveis e contactantes.

Quais são os seus “hobbies” preferidos?
O trabalho, antes de mais, pelas razões expostas. Depois a leitura e finalmente tentar encontrar espaço decente para a minha colecção de vinhos, à temperatura regular. Estão os mais antigos a chegar ao limiar da senectude e nem sempre é possível encontrar amigos para partilhar os derradeiros aromas. Tento influenciar os meus descendentes e afins, o que se tem revelado um trabalho promissor e reprodutivo! Sempre que posso ando a pé. Menos do que desejaria e necessitaria para manter boa saúde.

O que está a ler?
Leio mais que um livro, normalmente. Se o trabalho nos obriga a ler tanta coisa diferente, porque não fazê-lo com a ficção! Dois livros de Garcia Marquez, “Crónica de uma Morte Anunciada” que não conhecia e vou reler o “Amor em Tempos de Cólera”. Li com prazer e utilidade o livro de José Fernandes Fafe sobre Fidel (ao qual vaticino honras de clássico do memorialismo contemporâneo) e comecei a ler, para adormecer, o meu primeiro de Philip Roth, “A Mancha Humana”. Nos intervalos reli Eça, “A Ilustre Casa de Ramires”, de fio a pavio, e páginas de “Os Maias”. Como se vê, pouca originalidade.

Que música gosta de ouvir?
Os mais ouvidos são Mozart e Beethoven. Em dias de chuva e nevoeiro, o estoniano Arvo Part. No quotidiano, Keith Jarrett. Não fujo ao norueguês Garbarek e aconselho Carlos do Carmo, Mariza e Paulo de Carvalho.

Costuma ir ao cinema? Que filmes prefere?
Tento ir às novas salas, às que têm melhor som e mais conforto, mas não consigo fazê-lo mais do que meia dúzia de vezes no ano. “Western”, acção e espionagem são os meus géneros de escondida preferência. Sempre que posso revejo “Era uma vez no Oeste” ou “Apocalipse Now”. Revi esta semana o “Roco i sui Frateli”, do príncipe Visconti, e tempos atrás “Il Gattopardo”. Sempre com prazer.

Que jornais lê? Em papel ou ‘online’?
O “Público” e o Diário Económico, que generosamente me acolhem, sem perderem o sentido crítico – por vezes excessivo e aqui e ali injusto. Duvido que mude, a menos que sejam eles a mudar. Leio ‘online’ e quase sempre o “JN” (óptimos jornalistas), o “DN” (a subir de dia para dia) e o “Correio” (incontornável). E já agora, espantem-se os meus leitores, para informação rápida nada melhor do que o “Diário Digital”.

Que tipo de coisas mais gosta de escrever?
Escrevo muito menos do que gostaria. E sempre mais do que mandam as regras, quer as da comunicação quer as do politicamente correcto. Nem sempre por espírito de rebeldia e não digo mais, para os meus adversários não aproveitarem confissões autobiográficas contra mim – o que já tem acontecido. Ossos do ofício.
Diário Económico, 06.06.08

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