A nova ministra
«Se vogliamo che tutto rimanga come è, bisogna che tutto cambi»
Tancredi para o Príncipe de Salina, in Gattopardo
Salta-me à memória esta frase com a mudança das cadeiras ministeriais, neste caso a da Saúde.
Contudo, o primeiro-ministro justificou a mudança afirmando que era para reforçar a confiança dos cidadãos no Serviço Nacional de Saúde (SNS).
O facto é que a confiança dos portugueses no SNS deixou de existir, porque a sua destruição estava em marcha, com:
-- O acabar das carreiras médicas e da contratação colectiva;
-- A permanência dos hospitais públicos num coma prolongado;
-- O encerramento dos SAP, sem alternativas;
-- A incapacidade de instalar uma rede de Urgências a nível nacional;
-- As parcerias público-privado, em que a parte de leão foi sempre para o privado.
Deste modo, a ministra só poderá recuperar a confiança ou reforçá-la se:
-- Abrir a concurso todas as vagas de profissionais de saúde existentes no SNS;
-- Revitalizar as carreiras médicas;
-- Concretizar a carta hospitalar, os centros de referência e o mapa do SNS;
-- Anular as «vergonhosas» taxas nas cirurgias e internamentos;
-- Separar claramente as águas entre o público e o privado;
-- Colocar um ponto final na baralhada das Urgências.
Tancredi para o Príncipe de Salina, in Gattopardo
Salta-me à memória esta frase com a mudança das cadeiras ministeriais, neste caso a da Saúde.
Contudo, o primeiro-ministro justificou a mudança afirmando que era para reforçar a confiança dos cidadãos no Serviço Nacional de Saúde (SNS).
O facto é que a confiança dos portugueses no SNS deixou de existir, porque a sua destruição estava em marcha, com:
-- O acabar das carreiras médicas e da contratação colectiva;
-- A permanência dos hospitais públicos num coma prolongado;
-- O encerramento dos SAP, sem alternativas;
-- A incapacidade de instalar uma rede de Urgências a nível nacional;
-- As parcerias público-privado, em que a parte de leão foi sempre para o privado.
Deste modo, a ministra só poderá recuperar a confiança ou reforçá-la se:
-- Abrir a concurso todas as vagas de profissionais de saúde existentes no SNS;
-- Revitalizar as carreiras médicas;
-- Concretizar a carta hospitalar, os centros de referência e o mapa do SNS;
-- Anular as «vergonhosas» taxas nas cirurgias e internamentos;
-- Separar claramente as águas entre o público e o privado;
-- Colocar um ponto final na baralhada das Urgências.
Terá, então, o apoio não só dos profissionais de saúde, como de largos sectores da população.
A dr.ª Ana Jorge, em entrevista à Visão, disse: «(...) Tenho dúvidas que se esteja a salvar o SNS. Pode acontecer que o serviço público fique só com os coitadinhos». E mais adiante: «É importante um ponto de ordem nesta confusão toda (...) os números não podem ser o único critério.» Estas foram palavras sábias que não só nos dão esperança no bom desempenho da nova ministra, mas também nos dão esperança de que a frase celebrizada no romance O Leopardo não se aplique neste caso. Senhora ministra: agora tem a faca e o queijo na mão, espero que não faça como muitos e acabe por cortar a mão.
Jaime Teixeira Mendes, Chefe de serviço de Cirurgia Pediátrica, Hospital de Santa Maria
TEMPO MEDICINA ONLINE 04.02.08
A dr.ª Ana Jorge, em entrevista à Visão, disse: «(...) Tenho dúvidas que se esteja a salvar o SNS. Pode acontecer que o serviço público fique só com os coitadinhos». E mais adiante: «É importante um ponto de ordem nesta confusão toda (...) os números não podem ser o único critério.» Estas foram palavras sábias que não só nos dão esperança no bom desempenho da nova ministra, mas também nos dão esperança de que a frase celebrizada no romance O Leopardo não se aplique neste caso. Senhora ministra: agora tem a faca e o queijo na mão, espero que não faça como muitos e acabe por cortar a mão.
Jaime Teixeira Mendes, Chefe de serviço de Cirurgia Pediátrica, Hospital de Santa Maria
TEMPO MEDICINA ONLINE 04.02.08
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