Curry Cabral nas mãos de imobiliárias
Administração quer alienar os edifícios antigos da unidade de saúde. São 20 mil m2 que podem valer 30 milhões de euros.
A equipa de gestão do Curry Cabral quer vender a investidores imobiliários 20 mil m2 da área que a unidade de saúde ocupa em Lisboa, disse ao Expresso o presidente do conselho de administração do hospital, Manuel Delgado. Está a ser feito o levantamento dos registos dos terrenos para saber se existe algum impedimento. O gestor crê que não haverá constrangimentos, “mas é preciso confirmar”.
Caso o negócio vá para a frente não será o primeiro do género, já que o mesmo aconteceu com o Hospital de Arroios. Igual destino deverão ter o Instituto Português de Oncologia de Lisboa e os hospitais de D. Estefânia, São José, Capuchos, Desterro e Santa Marta, que vão ser transferidos para o novo Hospital de Todos os Santos, a construir em Chelas.
Há já algum tempo que se especula sobre o destino dos antigos edifícios do hospital (paralelos à Avenida de Berna), entretanto substituídos por novas construções. “A ideia é dar um novo uso a espaços que já não são necessários”, refere Manuel Delgado. A hipótese já foi apresentada ao Ministério da Saúde, que não se mostrou contrário ao negócio. Por enquanto, esta hipótese ainda está em estudo e a administração não tem nas mãos propostas de compra concretas. “A área poderá ser utilizada para habitação ou hotéis, por exemplo. Tudo é possível, desde que a ideia não seja construir uma feira popular...”, refere Manuel Delgado.
A mais-valia obtida seria para fazer as obras que ainda faltam nas áreas da nefrologia e da medicina interna. Bem como para construir um edifício destinado a cuidados em regime de ambulatório, com consultas externas e hospital de dia. Segundo dois especialistas em imobiliário contactados pelo Expresso, o preço do m2 nesta zona nobre da cidade pode oscilar entre os 800 e os 1500 euros, dependendo do tipo de proposta feita. Isto significa que os 20 mil m2 disponíveis podem valer entre 16 a 30 milhões de euros.
A parcela de terreno em causa está ocupada por prédios decrépitos, cuja inauguração, como Hospital do Rego, remonta a 1906. Manuel Delgado ainda desconhece se estas construções possuem algum tipo de classificação especial. “Também estamos a fazer esse levantamento, caso exista algum impedimento à eventual demolição do edifício vamos tentar perceber se isso pode ser invertido”, explica o administrador. E acrescenta que se a destruição não for possível podem sempre requalificar o prédio e destiná-lo a outros serviços de saúde, como os cuidados continuados. “São várias as hipóteses em aberto”, salienta.
EPE em 2008
Além disso, a administração do Curry Cabral (que tomou posse em Abril deste ano) quer transformar o hospital em Entidade Pública Empresarial (EPE). Ainda esta semana, Manuel Delgado reuniu com o ministro da Saúde, Correia de Campos, para debater este assunto. A ideia é que o processo esteja concluído já em 2008. “Transformar um hospital em EPE não são favas contadas. É preciso reunir todas as condições”, frisa o gestor. É um dossiê exigente que o conselho de administração do Curry Cabral pretende ter pronto no início do próximo ano. Depois a proposta terá que passar pelos crivos dos Ministérios da Saúde e das Finanças.
Contactado, o Ministério da Saúde indica que “a eventual transformação do Curry Cabral em EPE depende do projecto que o hospital apresentar sobre essa matéria, que será depois apreciado”. Em relação à venda do terreno, o gabinete assegura que “é uma matéria que não está em discussão no Ministério”.
Quanto aos rumores de encerramento do hospital, Manuel Delgado afirma convicto que “no curto, médio prazo essa hipótese está fora de questão”.
semanário expresso 29.09.07
A equipa de gestão do Curry Cabral quer vender a investidores imobiliários 20 mil m2 da área que a unidade de saúde ocupa em Lisboa, disse ao Expresso o presidente do conselho de administração do hospital, Manuel Delgado. Está a ser feito o levantamento dos registos dos terrenos para saber se existe algum impedimento. O gestor crê que não haverá constrangimentos, “mas é preciso confirmar”.
Caso o negócio vá para a frente não será o primeiro do género, já que o mesmo aconteceu com o Hospital de Arroios. Igual destino deverão ter o Instituto Português de Oncologia de Lisboa e os hospitais de D. Estefânia, São José, Capuchos, Desterro e Santa Marta, que vão ser transferidos para o novo Hospital de Todos os Santos, a construir em Chelas.
Há já algum tempo que se especula sobre o destino dos antigos edifícios do hospital (paralelos à Avenida de Berna), entretanto substituídos por novas construções. “A ideia é dar um novo uso a espaços que já não são necessários”, refere Manuel Delgado. A hipótese já foi apresentada ao Ministério da Saúde, que não se mostrou contrário ao negócio. Por enquanto, esta hipótese ainda está em estudo e a administração não tem nas mãos propostas de compra concretas. “A área poderá ser utilizada para habitação ou hotéis, por exemplo. Tudo é possível, desde que a ideia não seja construir uma feira popular...”, refere Manuel Delgado.
A mais-valia obtida seria para fazer as obras que ainda faltam nas áreas da nefrologia e da medicina interna. Bem como para construir um edifício destinado a cuidados em regime de ambulatório, com consultas externas e hospital de dia. Segundo dois especialistas em imobiliário contactados pelo Expresso, o preço do m2 nesta zona nobre da cidade pode oscilar entre os 800 e os 1500 euros, dependendo do tipo de proposta feita. Isto significa que os 20 mil m2 disponíveis podem valer entre 16 a 30 milhões de euros.
A parcela de terreno em causa está ocupada por prédios decrépitos, cuja inauguração, como Hospital do Rego, remonta a 1906. Manuel Delgado ainda desconhece se estas construções possuem algum tipo de classificação especial. “Também estamos a fazer esse levantamento, caso exista algum impedimento à eventual demolição do edifício vamos tentar perceber se isso pode ser invertido”, explica o administrador. E acrescenta que se a destruição não for possível podem sempre requalificar o prédio e destiná-lo a outros serviços de saúde, como os cuidados continuados. “São várias as hipóteses em aberto”, salienta.
EPE em 2008
Além disso, a administração do Curry Cabral (que tomou posse em Abril deste ano) quer transformar o hospital em Entidade Pública Empresarial (EPE). Ainda esta semana, Manuel Delgado reuniu com o ministro da Saúde, Correia de Campos, para debater este assunto. A ideia é que o processo esteja concluído já em 2008. “Transformar um hospital em EPE não são favas contadas. É preciso reunir todas as condições”, frisa o gestor. É um dossiê exigente que o conselho de administração do Curry Cabral pretende ter pronto no início do próximo ano. Depois a proposta terá que passar pelos crivos dos Ministérios da Saúde e das Finanças.
Contactado, o Ministério da Saúde indica que “a eventual transformação do Curry Cabral em EPE depende do projecto que o hospital apresentar sobre essa matéria, que será depois apreciado”. Em relação à venda do terreno, o gabinete assegura que “é uma matéria que não está em discussão no Ministério”.
Quanto aos rumores de encerramento do hospital, Manuel Delgado afirma convicto que “no curto, médio prazo essa hipótese está fora de questão”.
semanário expresso 29.09.07
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