segunda-feira, janeiro 16, 2006

Resposta a Carmen Pignatelli

A classe está desacreditada graças a alguns dos seus próprios membros, nomeadamente CC, FR e MD. A ENSP tem funcionado como feudo de alguns barões, que nela se projectaram para altos cargos da Nação.

O trabalho feito no terreno pelos AH, a grande maioria de elevada capacidade e competência, é constantemente desbaratado por políticos e politiquices mesquinhas em que imperam os interesses privados, em detrimento do interesse colectivo.

Aos AH têm imputado os males e as crises dos HH, servindo de bodes expiatórios às asneiradas politicas e cedências às corporações.
Têm sido afastados dos centros de decisão e dos cargos para os quais foram formados, sendo substituídos por pessoal sem qualificações para além da cor partidária. E já cansa o argumento de que para se ser competente na gestão dos HH não é necessário ser-se AH. Num país em tanto se fala em falta de qualificações e nas necessidades de formar quadros, algo me escapa em relação a este argumento…

Que a ENSP não tenha o exclusivo de formação de AH, concordo. Agora que não seja exigida formação adequada a quem assume lugares de gestão intermédia e de topo nos HH, nem ao diabo lembra! Por essas e por outras é que o país chegou ao estado em que está!

Hoje em dia, a própria Ordem dos Médicos reconhece a necessidade dos médicos terem formação em gestão de serviços de saúde, para assumirem responsabilidades enquanto directores de serviços. É reconhecida por todos a complexidade e os desafios da gestão dos cuidados de saúde e a necessidade de apostar em modelos eficientes, sem prejuízo do acesso por parte dos utentes.
Como é que a SEAS, Carmen Pignatelli, tem o descaramento de fazer tais afirmações?

Que se possa aprender com os privados, concordo. Garanta-se formação e informação aos quadros da FP, incluindo AH, e não apenas a uns quantos privilegiados.
Que as equipas de gestão sejam multidisciplinares, óptimo! Por isso é que há AH licenciados em Gestão, Direito, Engenharia, Medicina, Enfermagem, Sociologia, etc. Ou para CP equipas multidisciplinares correspondem a um membro do PS vindo da Fundação Oriente, outro do PSD vindo do Grupo Mello, um membro do CDS vindo do Fundo de Desemprego…

O sector privado, esse aproveita a formação e experiência do AH. São já alguma dezenas que estão a trabalhar para grupos privados ligados à Saúde. Para esses, os AH são competentes e necessários...
As máscaras de CP e CC começam a cair. E a APAH claro, dança conforme a música.
xico