Entrevista de CP à GH
«Só por meio da actividade é que o homem se apercebe das suas faculdades de acção»
Diz a Drª Cármen Pignatelli que «não é por uma pessoa ter estado 24 meses a tirar um curso de Administração Hospitalar que dali sai um bom administrador».
Pois não, como não é por se andar 6 anos a estudar Medicina que se é bom médico ou andar 5 anos a estudar Economia que se é bom economista. No entanto, não se pode ser Médico sem se tirar o curso de Medicina, não se pode ser economista sem se tirar o curso de economia, assim como não se deve ser gestor hospitalar sem se tirar um Curso de Administração Hospitalar credível – e o da ENSP, é-o, apesar do que diz CP, talvez por o não ter. Seria bom ouvir a opinião de FR ou de CC sobre este assunto. Pensarão o mesmo?
Uma boa preparação teórica em gestão hospitalar é fundamental a uma boa prática. Mas se isto é verdade também não é menos verdade que sem prática não pode avaliar-se da bondade ou não de um Administrador Hospitalar. Dizer, por isso o que CP diz, configura um raciocínio viciado, aprioristicamente tendencioso, senão malévolo. Tanto mais malévolo, quanto CP tem a obrigação de saber que grande parte dos AH tem estado completamente arredada da informação relevante de gestão, que apenas circula em circuito fechado e em círculos muito reduzidos, dentro da lógica de que «quem detém a informação detém o poder». Acresce que os AH, em grande parte, ao contrário do que sucedia até há bem poucos anos atrás, não só não são informados das acções de formação relevantes sobre gestão hospitalar que se realiza por todo o país, em especial em Lisboa, como mesmo quando o sabem, por motu próprio, não são incentivados a frequentá-las, bem pelo contrário, como, por vezes, são mesmo impedidos de ir. Custeadas pelo Hospital, então, nunca. O contrário acontece com os «boys». Que sabem de tudo (ou quase), são informados dos meandros das decisões, são incentivadosa frequentar acções de formação, custeiam-lhes, inclusive, as acções de formação.
Além disso, detém cargos, exercem funções. O que nem sempre tem acontecido com os AH nos últimos tempos. Os AH têm sido objecto de um processo de assassinato profissional, nos últimos anos, deliberado. Não têm sido chamados a mostrar, mesmo em pé de igualdade, se são ou não melhores do que os «boys» e eu acredito, sinceramente que em igualdade de circunstâncias, os AH são melhores dos que qualquer «boy».
Concluída a primeira fase, discutível ou não, depende do ponto de vista (o meu é conhecido) sobre o processo das nomeações dos gestores dos HH em geral, EPE, em particular, CP devia agora, sem rebuços, avanças para uma segunda fase, a meu ver imperiosa: revalorizar a carreira de AH, dando-lhe, por direito próprio (e não como benesse dos CAs) o que lhe pertence: o exercício efectivo de funções hospitalares em postos relevantes nos hospitais com condições dignas de trabalho.
É isso que deve fazer um político sério e responsável: não malbaratando, de outro modo, recursos disponíveis que custaram tanto ao Estado (à Sociedade, aos próprios) a formar e que o país não pode dar-se ao luxo de desperdiçar.
Estou certo que é isso que um político responsável tem de fazer e não o contrário. Desvalorizar a carreira de AH ou acabar com ela é, em ambos os casos, um crime de lesa – pátria.
Cabe aos AH não se deixarem vencer e continuarem a fazer-se ouvir.
O MD, como se tem visto, continua a ser aquilo em que se transformou nos últimos tempos: a Trombeta do Apocalipse.
vivóporto
Diz a Drª Cármen Pignatelli que «não é por uma pessoa ter estado 24 meses a tirar um curso de Administração Hospitalar que dali sai um bom administrador».
Pois não, como não é por se andar 6 anos a estudar Medicina que se é bom médico ou andar 5 anos a estudar Economia que se é bom economista. No entanto, não se pode ser Médico sem se tirar o curso de Medicina, não se pode ser economista sem se tirar o curso de economia, assim como não se deve ser gestor hospitalar sem se tirar um Curso de Administração Hospitalar credível – e o da ENSP, é-o, apesar do que diz CP, talvez por o não ter. Seria bom ouvir a opinião de FR ou de CC sobre este assunto. Pensarão o mesmo?
Uma boa preparação teórica em gestão hospitalar é fundamental a uma boa prática. Mas se isto é verdade também não é menos verdade que sem prática não pode avaliar-se da bondade ou não de um Administrador Hospitalar. Dizer, por isso o que CP diz, configura um raciocínio viciado, aprioristicamente tendencioso, senão malévolo. Tanto mais malévolo, quanto CP tem a obrigação de saber que grande parte dos AH tem estado completamente arredada da informação relevante de gestão, que apenas circula em circuito fechado e em círculos muito reduzidos, dentro da lógica de que «quem detém a informação detém o poder». Acresce que os AH, em grande parte, ao contrário do que sucedia até há bem poucos anos atrás, não só não são informados das acções de formação relevantes sobre gestão hospitalar que se realiza por todo o país, em especial em Lisboa, como mesmo quando o sabem, por motu próprio, não são incentivados a frequentá-las, bem pelo contrário, como, por vezes, são mesmo impedidos de ir. Custeadas pelo Hospital, então, nunca. O contrário acontece com os «boys». Que sabem de tudo (ou quase), são informados dos meandros das decisões, são incentivadosa frequentar acções de formação, custeiam-lhes, inclusive, as acções de formação.
Além disso, detém cargos, exercem funções. O que nem sempre tem acontecido com os AH nos últimos tempos. Os AH têm sido objecto de um processo de assassinato profissional, nos últimos anos, deliberado. Não têm sido chamados a mostrar, mesmo em pé de igualdade, se são ou não melhores do que os «boys» e eu acredito, sinceramente que em igualdade de circunstâncias, os AH são melhores dos que qualquer «boy».
Concluída a primeira fase, discutível ou não, depende do ponto de vista (o meu é conhecido) sobre o processo das nomeações dos gestores dos HH em geral, EPE, em particular, CP devia agora, sem rebuços, avanças para uma segunda fase, a meu ver imperiosa: revalorizar a carreira de AH, dando-lhe, por direito próprio (e não como benesse dos CAs) o que lhe pertence: o exercício efectivo de funções hospitalares em postos relevantes nos hospitais com condições dignas de trabalho.
É isso que deve fazer um político sério e responsável: não malbaratando, de outro modo, recursos disponíveis que custaram tanto ao Estado (à Sociedade, aos próprios) a formar e que o país não pode dar-se ao luxo de desperdiçar.
Estou certo que é isso que um político responsável tem de fazer e não o contrário. Desvalorizar a carreira de AH ou acabar com ela é, em ambos os casos, um crime de lesa – pátria.
Cabe aos AH não se deixarem vencer e continuarem a fazer-se ouvir.
O MD, como se tem visto, continua a ser aquilo em que se transformou nos últimos tempos: a Trombeta do Apocalipse.
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