Farmácias vão informatizar IPO do Porto
O INSTITUTO Português de Oncologia (IPO) do Porto vai ser informatizado pela Consiste, a empresa criada pela Associação Nacional de Farmácias (ANF) para o desenvolvimento de tecnologias de informação para o sector das farmácias.
A Consiste venceu o concurso público aberto pelo IPO do Porto para a compra e instalação de uma solução global de informatização – que inclui a gestão dos processos clínico, administrativo e de facturação, a gestão de recursos humanos e de toda a área financeira, do arquivo e do centro de formação, e de toda a informação estatística e de apoio à decisão.
É a primeira vez que uma empresa do grupo da ANF entra, desta forma, num hospital público. «Este desfecho do concurso levantou-nos dúvidas, naturalmente, que fizemos questão de partilhar com a tutela», admitiu ao SOL Cristina Resende, do Conselho de Administração do IPO do Porto, um dos hospitais públicos já transformados em entidades empresariais.
De qualquer modo, a Consiste ofereceu a melhor proposta em termos de preço (que tinha um peso de 30% nos critérios de classificação), depois da fase de negociação que o hospital garante ter sido «aberta» a todos os concorrentes.
Segundo Cristina Resende, este contrato custará ao IPO do Porto 1,212 milhões de euros, tendo ainda aquela responsável garantido que todos os oito concorrentes «ofereceram grandes descontos» durante a fase de negociação. «A Siemens e a Alert, por exemplo, reduziram substancialmente o preço das suas propostas. No entanto, tinham concorrido com preços-base mais caros que a Consiste», explica.
Segundo soube o SOL, a empresa da ANF, liderada por Costa Freire, ofereceu ao hospital cerca de 60% de desconto sobre a sua proposta inicial – um montante que Cristina Resende não comenta.
A administradora do IPO do Porto prefere salientar outra das mais-valias da proposta da Consiste: a empresa da ANF prevê a implementação de todo o sistema em tempo recorde – nove meses.
Ao concurso público apresentou-se também a CPC, outra das empresas portuguesas do sector das tecnologias de informação da saúde, que, no ano passado, foi adquirida pela Consiste. Aliás, fontes ligadas a este processo disseram que estas terão sido as duas melhor colocadas no concurso.
As tentativas de entrada nos sistemas de informação do Serviço Nacional de Saúde, por parte da ANF, já tiveram outras frentes. A recente aquisição da CPC, aliás, foi uma delas. Esta empresa desenvolvera um novo e inovador software de gestão da farmácia hospitalar, que vários hospitais públicos adquiriram antes da Consiste adquirir a maioria das acções da empresa.
No final do mandato do Governo de Santana Lopes, a associação liderada por João Cordeiro conseguiu também que o então ministro da Saúde, Luís Filipe Pereira, assinasse um despacho aprovando o processo de desmaterialização da receita – um projecto por que Cordeiro anda a bater-se há anos.
Este projecto implica a ligação em rede das farmácias com os serviços de saúde, para que os doentes não tenham de andar com papéis (a receita propriamente dita) entre um lado e o outro.
O despacho de Luís Filipe Pereira foi assinado três semanas antes das eleições, quando o Executivo já estava em gestão, e publicado um dia depois da tomada de posse do Governo de José Sócrates. Mas implicava a utilização de sistemas de informação da própria ANF, através da Consiste.
O despacho determinava ainda a realização de uma experiência-piloto, em Portalegre, que esteve em execução até Novembro de 2006. Mas outras sub-regiões de Saúde quiseram também aderir, como Setúbal, Aveiro e Braga, que fizeram proposta semelhante mas já nova equipa, liderada por Correia de Campos.
O novo ministro, porém, acabou antes por ordenar a suspensão da experiência de Portalegre. Teve de fazê-lo, aliás, por duas vezes. E isto porque, apesar da primeira ordem, pelo menos em Braga, o projecto da ANF foi levado para a frente.
Fontes do Ministério asseguraram ao SOL que, nessa sub-região de Saúde, o projecto de desmaterialização da receita se mantém em curso.
A Consiste venceu o concurso público aberto pelo IPO do Porto para a compra e instalação de uma solução global de informatização – que inclui a gestão dos processos clínico, administrativo e de facturação, a gestão de recursos humanos e de toda a área financeira, do arquivo e do centro de formação, e de toda a informação estatística e de apoio à decisão.
É a primeira vez que uma empresa do grupo da ANF entra, desta forma, num hospital público. «Este desfecho do concurso levantou-nos dúvidas, naturalmente, que fizemos questão de partilhar com a tutela», admitiu ao SOL Cristina Resende, do Conselho de Administração do IPO do Porto, um dos hospitais públicos já transformados em entidades empresariais.
De qualquer modo, a Consiste ofereceu a melhor proposta em termos de preço (que tinha um peso de 30% nos critérios de classificação), depois da fase de negociação que o hospital garante ter sido «aberta» a todos os concorrentes.
Segundo Cristina Resende, este contrato custará ao IPO do Porto 1,212 milhões de euros, tendo ainda aquela responsável garantido que todos os oito concorrentes «ofereceram grandes descontos» durante a fase de negociação. «A Siemens e a Alert, por exemplo, reduziram substancialmente o preço das suas propostas. No entanto, tinham concorrido com preços-base mais caros que a Consiste», explica.
Segundo soube o SOL, a empresa da ANF, liderada por Costa Freire, ofereceu ao hospital cerca de 60% de desconto sobre a sua proposta inicial – um montante que Cristina Resende não comenta.
A administradora do IPO do Porto prefere salientar outra das mais-valias da proposta da Consiste: a empresa da ANF prevê a implementação de todo o sistema em tempo recorde – nove meses.
Ao concurso público apresentou-se também a CPC, outra das empresas portuguesas do sector das tecnologias de informação da saúde, que, no ano passado, foi adquirida pela Consiste. Aliás, fontes ligadas a este processo disseram que estas terão sido as duas melhor colocadas no concurso.
As tentativas de entrada nos sistemas de informação do Serviço Nacional de Saúde, por parte da ANF, já tiveram outras frentes. A recente aquisição da CPC, aliás, foi uma delas. Esta empresa desenvolvera um novo e inovador software de gestão da farmácia hospitalar, que vários hospitais públicos adquiriram antes da Consiste adquirir a maioria das acções da empresa.
No final do mandato do Governo de Santana Lopes, a associação liderada por João Cordeiro conseguiu também que o então ministro da Saúde, Luís Filipe Pereira, assinasse um despacho aprovando o processo de desmaterialização da receita – um projecto por que Cordeiro anda a bater-se há anos.
Este projecto implica a ligação em rede das farmácias com os serviços de saúde, para que os doentes não tenham de andar com papéis (a receita propriamente dita) entre um lado e o outro.
O despacho de Luís Filipe Pereira foi assinado três semanas antes das eleições, quando o Executivo já estava em gestão, e publicado um dia depois da tomada de posse do Governo de José Sócrates. Mas implicava a utilização de sistemas de informação da própria ANF, através da Consiste.
O despacho determinava ainda a realização de uma experiência-piloto, em Portalegre, que esteve em execução até Novembro de 2006. Mas outras sub-regiões de Saúde quiseram também aderir, como Setúbal, Aveiro e Braga, que fizeram proposta semelhante mas já nova equipa, liderada por Correia de Campos.
O novo ministro, porém, acabou antes por ordenar a suspensão da experiência de Portalegre. Teve de fazê-lo, aliás, por duas vezes. E isto porque, apesar da primeira ordem, pelo menos em Braga, o projecto da ANF foi levado para a frente.
Fontes do Ministério asseguraram ao SOL que, nessa sub-região de Saúde, o projecto de desmaterialização da receita se mantém em curso.
Semanário Sol, caderno de economia.
Etiquetas: Sistemas de Informação
<< Home