quinta-feira, abril 13, 2006

Oportunidade Histórica CSP

Cuidados de Saúde Primários

Concordo c/ a Clara: cuidados primários devem ser “seleccionados como prioridade das prioridades” considerando o impacto esperado (“…dar resposta a necessidades… controlo de gastos do SNS … ganhos de saúde”). Penso no entanto q se localiza aqui um dos 2 únicos pontos fracos de uma entrevista excelente do Sr. Ministro da Saúde (CC) – a melhor de todas, em minha opinião. No q respeita ao tema em apreço CC teve dois momentos:

OK: reformulação do atendimento urgente/não programado nos CS (SAP e semelhantes) e MF não fazerem urgências nos “bancos” dos hospitais (desde q resulte mesmo em aumento da produção programada e da disponibilidade dos MF … a introdução de incentivos, dirigidos à melhoria no nº de inscritos, no nº de actos e na qualidade, parece-me essencial e urgente).

NOT OK: As soluções apresentadas e o seu timing.
Refere-se, e bem, q existe uma dotação global de 6000 MF. Ora isso corresponde, em média, a 1 médico p/ 1667 habitantes o q não parece pouco. É de notar q: i) na Holanda os MF têm pelo menos 2000 habitantes; ii) alguns MF trabalham sob regime de 42 horas/semana; iii) alguns doentes não recorrem aos C. Primários (ex. de alguns Subsistemas).
Continua-se bem referindo a idade média (% elevada c/ mais de 50 anos) mas remata-se c/ afirmação dificilmente aceitável: “…precisamos de 10 anos p/ ter um reforma implantada”. Ora se os CP são tão importantes (são mesmo! constituem o alicerce do SNS, são coordenadores e gatekeepers, têm papel insubstituível no apoio pessoal e na coesão social local) então não se pode permitir q continuem situações graves de exclusão (pessoas s/ MF) e de deficiente cobertura (nº consultas/inscrito) como as q existem actualmente na G. Lisboa e G. Porto/Braga. Essas situações negativas pagam-se muito caro em:
i)- saúde e satisfação utentes;
ii)- actos desnecessários nos hospitais;
iii)- actos fora do SNS (pagos p/ doentes ou p/ Estado, através dos subsistemas públicos).

Urge por isso ir de encontro às necessidades da população e do SNS mesmo q isso não agrade a alguns (poucos) profissionais. Nessas grandes urbes e perante a situação dever-se-ia ser mais audaz apresentando uma solução rápida e flexível q assentasse numa “aposta tripla”:
– Intervenção urgente através das USF (tipo RRE);
– Soluções através de entidades não lucrativas e de cooperativas de médicos;
– Soluções de entidades lucrativas (mais limitada).
SemMisericórdia