Constituição dos CA HH
Há vinte ou vinte e cinco anos, em geral, procurava-se que o médico indigitado para presidente do órgão de gestão do hospital fosse uma pessoa com experiência e mérito. Isso contribuía para que o relacionamento fosse mais fácil. Actualmente o critério passa mais pela obediência política. Logo, médico ou não, o presidente do CA, mandatado pelo partido no governo sente-se o detentor do poder e da verdade. Poder quase religioso, porque não derivado do mérito e fundado no catecismo partidário.
Eu creio que, desde que a direcção técnica tenha capacidade de intervenção, a estrutura dos actuais CAs é razoável. Há que clarificar algumas competências e, essencialmente, rever a forma de recrutamento dos elementos do CA. Eu penso que o CA executivo deverá ser presidido por pessoa de capacidade e prestígio, independentemente da sua formação, e integrar profissionais de administração hospitalar.
A nível de direcção de departamento, ou de serviços clínicos, julgo que é indispensável que sejam presididas por médicos, assessorados por AHs. Nem os médicos têm conhecimentos de gestão suficientes, nem os AHs poderão dirigir cabalmente um departamento médico, por mais econometria que usem. Poderão fazê-lo se atendermos ao ponto de vista económico, mas não em função da adequação/qualidade dos cuidados prestados.
Acho que ganharíamos muito se, copiando a experiência de outros países, como a Alemanha, os AHs colaborassem na direcção de Serviços Clínicos. Em vez de orientações muitas vezes apenas voluntariosas, a decisão poderia alicerçar-se em alguma cientificidade.
O problema relacional surge quando o AH se quer arvorar em dono, senhor e controleiro, arrogando-se o único detentor de conhecimento administrativo e o único impoluto num ambiente, que ele rotula de oportunismo e de interesse particular. Diga-se que a realidade pode comportar uma pitada de tudo isso, mas tão pouco o AH tem essa visão superlativa que por vezes se arroga.
Despolitizar, sobretudo despartidarizar, os hospitais é uma medida de saúde pública. Porque hão-de mudar os CAs sempre que muda o Governo? Há que fazer substituir a obediência partidária pela competência e pela prossecução de resultados.
Eu creio que, desde que a direcção técnica tenha capacidade de intervenção, a estrutura dos actuais CAs é razoável. Há que clarificar algumas competências e, essencialmente, rever a forma de recrutamento dos elementos do CA. Eu penso que o CA executivo deverá ser presidido por pessoa de capacidade e prestígio, independentemente da sua formação, e integrar profissionais de administração hospitalar.
A nível de direcção de departamento, ou de serviços clínicos, julgo que é indispensável que sejam presididas por médicos, assessorados por AHs. Nem os médicos têm conhecimentos de gestão suficientes, nem os AHs poderão dirigir cabalmente um departamento médico, por mais econometria que usem. Poderão fazê-lo se atendermos ao ponto de vista económico, mas não em função da adequação/qualidade dos cuidados prestados.
Acho que ganharíamos muito se, copiando a experiência de outros países, como a Alemanha, os AHs colaborassem na direcção de Serviços Clínicos. Em vez de orientações muitas vezes apenas voluntariosas, a decisão poderia alicerçar-se em alguma cientificidade.
O problema relacional surge quando o AH se quer arvorar em dono, senhor e controleiro, arrogando-se o único detentor de conhecimento administrativo e o único impoluto num ambiente, que ele rotula de oportunismo e de interesse particular. Diga-se que a realidade pode comportar uma pitada de tudo isso, mas tão pouco o AH tem essa visão superlativa que por vezes se arroga.
Despolitizar, sobretudo despartidarizar, os hospitais é uma medida de saúde pública. Porque hão-de mudar os CAs sempre que muda o Governo? Há que fazer substituir a obediência partidária pela competência e pela prossecução de resultados.
alrazi
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