domingo, outubro 09, 2005

Em política, o que parece é ?

E o que parece (a julgar pela vox populi hospitalar)?
1.- Que CC é um neo-liberal (todos o sabemos; embora não tanto como gostaria);
2.- Que CC é amigo e um grande admirador de LFP, da sua política e da sua cultura de gestão, da cultura de gestão SA e por isso incapaz de produzir rupturas com a política anterior (diz-me com quem andas dir-te-ei quem és, ou é só uma questão da policy trasnfer?);
3.- Que CC deixou as nomeações dos CAs nas mãos do seu Secretário de Estado e fez mal; O Dr. Francisco Ramos estará, dizem alguns, a ser muito mal aconselhado. (por esta eu não esperava, sendo o Dr. Delgado Presidente da APAH há tantos anos!)
4.- Que as reconduções mais polémicas de alguns CAs foram determinadas pela Secretária de Estado Adjunta da Saúde, Carmen Pignatelli, que não será militante do PS (os independentes são como os putos, ou sujam à entrada ou à saída);
5.- Que CC está muito mal informado do que se passa nos hospitais, sobretudo do que se passa nos hospitais SA, em especial daqueles onde deixou ficar gente que não devia (com o mal dos outros, bem eu me governo);
6.- Que CC não sabe que gente tem em alguns CAs ou, se sabe, não está a medir bem as consequências em manter alguma dessa gente (nós, os génios, somos muito distraídos);
7.- Que CC está a começar a ser visto com muita desconfiança, ainda que à boca pequena, dentro do PS (pior está o Peseiro e olha o ar de preocupação que ele tem !);
8.- Que em algumas Federações, só estão à espera do resultado das eleições de Domingo, para começarem a responsabilizar, alguns Ministros que ostracisaram as Federações, pelos desaires eleitorais, e alguns Presidentes destas por se terem deixado ostracisar, caso da Federação do Porto, por exemplo (bem que eu apelei da Roma mal avisada para a Roma bem avisada, não me quiseram ouvir);
9.- Que CC não é capaz de enfrentar certos problemas (e pessoas) porque alguns circuitos de poder atravessam horizontalmente os dois partidos do bloco central e estes são um forte obstáculo (quem cabritos vende e cabras não tem, de algum lado lhe vem, diz o povo);
10.- Que o Ministério da Saúde dá a ideia de não ter ainda uma dinâmica sustentada, parecendo mais preocupado em gerir faits-divers (em matéria de dinâmica e de pontaria é chamar o Engº Costa Freire);
11.- Que CC tem o Ministério minado e não mostra vontade nem capacidade de o desminar (em Angola também é assim. O problema resolve-se comprando próteses);
12.- Diz-se que no PS (parece que CC também assim crê) não há gente preparada e com capacidade para gerir os serviços de saúde, mormente os hospitais (assim, quando os haverá?);
13.- Que CC embora pareça mostrar ter bons colaboradores directos a propor soluções, tem maus executores a implementá-las (é o mal de se dormir com o inimigo);
14.- Que existe uma grande clivagem na estrutura do Ministério: entre os colaboradores de CC que estando sintonizados com a sua política, não têm poder, e os executores da política que tendo o poder estão claramente dessintonizados (em política como na vida, a cara tem de dar com a careta, a fona com a funeta);
15.- Que a Política de Saúde de CC está a começar a ganhar mais admiradores à direita do que à esquerda (o amigo do nosso inimigo é nosso inimigo);
16.- Que CC não irá ser capaz de fazer as reformas e as rupturas necessárias para defender o SNS e de lhe imprimir a modernização, a flexibilidade e o salto em frente que este tem de dar em termos de qualidade, de eficácia e eficiência (aposto cem contra um);
17.- Que CC nunca será capaz de implementar um sistema de gestão inovador na sua estrutura (agilidade de decisão, flexibilidade, responsabilidade e avaliação) e conservador nos seus princípios e valores (transparência, honestidade e rigor; republicano e socialista) (eis a quadratura do círculo);
18.- Que CC parece não estar a valorizar como devia (prometeu-o em campanha) os AH, enquanto membros de uma carreira, apesar de ter feito nomeações de um ou outro AH, individualmente considerados, mas só nesta medida (pergunta ao vento que passa, notícias do meu país, que o vento cala as desgraças, o vento nada me diz);

Sabemos que o Povo é ingrato. Sabemos que muito do que se diz não corresponde à verdade. Mas se é verdade que em política o que parece é, o Professor tem pela frente um futuro político complicado. E a História não o absolverá, se vier a desiludir.

Para se ter êxito em política, assim como na guerra, diziam os vietnamitas (que demonstraram saber bem do que falavam) é preciso: respeitar as pessoas, ajudar as pessoas, defender as pessoas.

Não assim.

Domingo lá estaremos.
Vivóporto