quinta-feira, setembro 22, 2005

Notas do Debate


I. - Correia de Campos (CC)
CC, continuou a insistir na apresentação dos grandes números. A redução em 6% do preço de todos os medicamentos representa entre 40 a 50 milhões de euros na redução de encargos para o doente e entre 80 a 90 milhões de euros para o SNS
A retirada da majoração dos genéricos foi efectuada porque o país precisa de fazer economias. Por outro lado, os genéricos foram lançados com preços muito altos. Mais a protecção do estado de 10% fez com que fosse necessário alterar esta situação. A subida dos genéricos, à volta de 4% apenas afecta 13% (valor) (7% volume) do universo dos medicamentos.
Eu aprecio o trabalho dos farmacêuticos. Eu não confundo farmacêuticos com a ANF. Muito menos com o seu presidente.
As farmácias não substituem os medicamentos (nos casos em que os médicos autorizam) por genéricos , mas sim por medicamentos de marca mais caros.
A ANF adiantava dinheiro da facturação aos associados cobrando 1,5% do total das vendas. Foi assim que construiu o seu império financeiro.
O acordo com a ANF só termina daqui a 9 meses. Estou disponível para negociar com a ANF um novo acordo decente já a partir de amanhã.
O anterior ministro quis pagar directamente às farmácias. João Cordeiro tirou na altura umas centenas de procurações dos associados de uma pasta que lhe transmitiam todos os poderes para cobrar créditos ao Estado.
É necessário encontrar outro mecanismo de pagamento às farmácias.
Eu estou aqui como ministro. Um ministro não pode permitir-se estados de alma.
Para já não vou liberalizar a propriedade das farmácias.

II - João Cordeiro (JC):
JC, voltou a centrar o seu discurso no doente e nas dificuldades que estes sentem após a recentes alterações das comparticipações.
Os doentes estão a pagar mais. Os impactos negativos das recentes medidas fizeram-se sentir sobretudo em relação ao escalão B (doentes crónicos).
Os genéricos não desenvolveram ainda todo o seu potencial, a majoração devia ter-se mantido ou até aumentado.
Para obter economias no lugar de acabar com a majoração de 10% dos genéricos teria sido mais eficaz baixar os preços de referência (PR). È uma medida já testada no mercado nacional com efeitos muito positivos. Correia de Campos tomou medidas sem ter estudado suficientemente as matérias. Os gabinetes que apoiam a senhor ministro funcionam mal e os dossiês são pouco estudados.
Correia de Campos lança propostas sem estarem devidamente estruturadas. Depois de almoçaradas. Como aconteceu com anúncio das 100 farmácias sociais.
As receitas chegam às farmácias mal preenchidas pelos médicos.
Eu sei que sou um bom malandro, Tenho aqui algumas malandrices para o senhor ministro.
Pensei receber felicitações do senhor ministro pela compra da distribuidora Unichen. Mas eu sei que para si sou um lobo.
Quanto ao império financeiro a ANF esta associação teve que constituir activos para fazer face ao enorme atraso com que o Estado paga às farmácias.
O acordo da ANF com o Estado sobre sobre o pagamento às farmácias é absolutamente legal. Se o Estado não cumprir nós podemos pô-lo em tribunal.
Eu não acredito em si, senhor ministro. A sua agenda política é a destruição da ANF.
O ministro toma decisões mal documentadas. Coexiste mal com empresas bem organizadas e com bons técnicos.
Não estamos disponíveis para sermos destruídos por um ministro que tem fobia à ANF.
O preço dos medicamentos não é actualizado com os países de referência devido a uma portaria publicada por Francisco Ramos na anterior legislatura. A portaria 1279/2001.
Vou elaborar um dossiê sobre os preços dos medicamentos para entregar na PGR.