Carlos Lima
A TIME norte-americana referiu-se ao trabalho de um neurologista português, que não identificava, a propósito da inesperada recuperação do actor Christopher Reeve, um famoso Super-Homem. A VISÃO foi descobrir Carlos Lima, quase desconhecido nos meios médicos nacionais, num modesto gabinete hospitalar, a desenvolver, com a sua equipa, uma técnica pioneira no campo das lesões da medula que dá novas esperanças a quem vive numa cadeira de rodas.
Esqueçam-se, por um momento, as tentadoras metáforas. Florbela, Luís e João não são os trofeus de ninguém, muito menos de Carlos Lima, 46 anos, médico do Hospital Egas Moniz, em Lisboa. Mas é grande a contribuição destes três pacientes para a Ciência, por terem acoitado submctcr-se a uma experiência única no mundo: a da transplantação de parte das suas células da mucosa olfactiva para zonas lesionadas da medula espinal.
Florbela, 32 anos, tetraplégica há sete, foi operada há pouco mais de três meses pela equipa de 18 pessoas coordenada por Carlos Lima e já nota diferenças, sobretudo a nível sensitivo," na perna esquerda e no tronco- Luís. 29, paraplégico há três, adivinha de olhos fechados em que perna lhe estão a tocar, além de sentir frio da cintura para baixo e de controlar os músculos abdominais desde o transplante, em Agosto último; João, 19, paraplégico há um ano e meio, consegue pôr-se de gatas e fazer flexões um ano após a cirurgia.
O neurologista português apostou na capacidade regenerativa das células da mucosa do nariz e parece ter conseguido o impossível: a reactivação de nervos e neurónios danificados. Entre as sete pessoas operadas no Egas Moniz, no último ano e meio, seis registaram melhoras a nível da sensibilidade e do movimento (o tratamento foi interrompido no caso de uma criança, vítima de um acidente de viação, que, afinal, apresentava duas lesões. «O mais importante de tudo», esclarece o médico, vê a evidência de controlo voluntário de músculos.» Ed Taub, especialista cm investigação neurológica c reabilitação da Universidade do Alabama, em Birmingham, nos Estados Unidos, onde Carlos Lima foi recentemente convidado a explicar a sua técnica, vai mais longe na interpretação dos resultados obtidos: «Quer isto dizer que existe uma ligação funcional entre o cérebro e o músculo.» Ou seja, os portugueses provaram ser possível restabelecer a comunicação entre o comandante geral, o cérebro, e uma zona do corpo inferior à lesão. Não é, por isso, coincidência todos os pacientes operados terem começado por registar melhoras nos músculos imediatamente abaixo das vértebras lesionadas.
"Podemos pô-la a andar" Numa área de investigação em que as terapias são poucas ou nenhumas, a boa notícia espalhou-se à velocidade da Internet- Em sites dedicados à temática, o trabalho de Carlos Lima tem sido objecto de acesas discussões e de muita expectativa.
O médico ainda não encontrou «tranquilidade» para publicar os resultados («metade do meu tempo é gasto em diplomacias», desabafa), um passo necessário ao reconhecimento pelos seus pares, mas a comunidade científica já se mostra entusiasmada com a perspectiva.
«Uma pessoa com uma lesão na medula era vista como paralítica para toda a vida. É, por isso, muito excitante aparecerem verdadeiras terapias", frisou à VISÃO o cientista norte-americano Laurance Johnston, director do centro de investigação em lesões da medula espinal da Organização Mundial de Saúde. «Na Ciência, o progresso é lento. De vez em quando surgem pessoas como Carlos Lima, que levam o estado de investigação para um outro nível. Não podemos pensar que estes doentes são tratados e começam a andar de bicicleta ou a fazer montanhismo. Mas uma pequena recuperação pode representar um grande passo a nível da independência e da integração na vida em sociedade. Pela primeira vez há esperança.» (Ver entrevista completa nestas páginas.} No Alabama, o trabalho do neurologista português teve honras de Jornal, com Jean Peduzzi-Nelson, coordenadora da pesquisa em lesões de medula, a afirmar ao Birmingham News: «Ele tem feito coisas espantosas.» Mas bem mais importantes do que elogios em letra de imprensa foram as promessas ouvidas da boca dos investigadores da universidade. Depois de verem um vídeo sobre uma paciente, de 24 anos, operada três meses antes, em que se notava a recuperação do controlo de muitos músculos da bacia, coxas e pernas, ainda que com pouca força, disseram: «Com o nosso programa de reabilitação, podemos pô-la a andar.»
A resposta estava no nariz
Modesto e cauteloso, Carlos Lima, natural de Ponte da Barca, licenciado na Universidade Nova, de Lisboa, é o primeiro a tentar refrear os ânimos de quem o ouve, «Para a fase l de um ensaio clínico, já é um êxito mostrar que o conseguimos fazer, e que é seguro. Mas agora toma-se necessário optimizar a técnica.» O mesmo pensa John McDonald, o neurologista que segue o actor Criristopher Reeve, há dois anos. «Vale o que vale um ensaio fase 1", defendeu o médico à VISÃO. «Por enquanto, as terapias estão muito limitadas e a reabilitação através de exercício físico é a única possibilidade.» (Ver caixa A formula do Super-Homem.) Desde que sofreu uma queda de cavalo e ficou tetraplégico, em 1995, Christopher Reeve é um grande impulsionador da investigação nesta área, tendo criado uma fundação para apoiar o trabalho de cientistas como Mary Bunge, professora de Neurocirurgia na Universidade de Miami, nos EUA. Bunge aposta tudo nas células de Schwann, células do sistema nervoso periférico que ela acredita serem «capazes de promover a regeneração quando são transplantadas para as zonas de lesão». Embora conhecendo mal o trabalho de Carlos Lima, a investigadora admitiu à VISÃO que a solução «passará certamente pela combinação de várias estratégias».
A de Carlos Lima parece simples mas pode vir a resolver um dos problemas mais complexos da ciência moderna, o da regeneração neuronal. No caso de Florbela, Luís, João e de todos os que sofrem de lesões da medula espinal, é preciso restabelecer a capacidade condutora da medula. É este tecido nervoso que encaminha as ordens do cérebro para o resto do corpo e que recebe os estímulos sensoriais, levando-os ate ao cérebro, que os interpreta.
Quando se fala em regeneração, todas as atenções se viram para as células estaminais, capazes de se diferenciar e dar origem aos diferentes tecidos do corpo. A fonte preferencial destas células mágicas são os embriões - apesar de recentemente se ter descoberto que o sangue ou a medula óssea podem ser uma alternativa - o que tem levantado questões éticas e políticas. Carlos Lima simplificou o processo e foi buscá-las ao nariz do próprio doemc. contornando a ética e a rejeição de células estranhas.
Umas células muito "plásticas"
A ideia surgiu-lhe há 15 anos, quando leu um artigo científico sobre as capacidades neurológicas das células da mucosa olfactiva. Convenceu-se de que era esse o caminho, como Arquimedes no seu momento Eureka.
Estas células, além de avisarem que o jantar está no forno, são as únicas em contacto com o ambiente, ou seja com o ar que respiramos. Sendo células de superfície, digamos assim, estão sujeitas a agressões exteriores (cheiros e gases nocivos). Desenvolveram, por isso, características muito especiais: regeneram-se e replicam-se, num ciclo de vida de 60 dias, Tem ainda uma outra vantagem: são muito "plásticas», ou seja, «dão-se com todos». O facto de funcionarem quer no Sistema Nervoso Central (cérebro e medula espinal) quer no Sistema Nervoso Periférico era um indício de que se adaptariam facilmente ao novo «meio».
Para preencher o espaço da lesão na medula espinal, a equipa do Egas Moniz utiliza um quarto do tecido olfactivo do paciente. Um cocktail de células com potencial regenerativo, como neurónios que se renovam, células progenitoras de neurónios e ORCs (sigla de Olfactory Ensheathing Cells), que promovem o crescimento do axónio. o prolongamento dos neurónios através dos quais circula a informação, e a formação da mielina, essencial à condução do impulso nervoso.
Há muitos cientistas no mundo inteiro a olhar para o nariz em busca da cura para as doenças neurodegenerativas, mas apenas outros dois grupos saíram da fase dos ratinhos para começar o transplante em humanos. No último Verão, investigadores australianos isolaram OECs e mantiveram-nas em cultura, transplantando-as posteriormente para a medula espinal de dois pacientes. Recentemente, a equipa do chinês Hongyuan Huang transplantou OECs fetais para mais de 150 pacientes os resultados são animadores, mas difíceis de repetir no Ocidente, onde a manipulação de tecido fetal está sujeita a uma legislação muito apertada.
Ratinhos em casa
«Foi aqui que tudo começou», recorda Carlos Lima, olhando em redor- Estamos numa espécie de anexo do Hospital Egas Moniz, de ar abafado e paredes bolorentas, onde ainda hoje funciona o gabinete do médico, A água que cai lá dentro nos dias de chuva ameaça as lamelas com amostras de mucosa olfactiva de 300 cadáveres e os dois microscópios que há mais de dez anos custaram o equivalente a seis mil euros cada. Com a colaboração do neurocirurgião Pratas Vital, então director do hospital, Carlos Lima iniciou os testes em ratinhos e cadáveres humanos. Em cerca de 50 ratinhos foram provocadas lesões medulares com um pêndulo, para que a força exercida fosse sempre a mesma. Muitos morriam, mas em alguns foi possível observar a recuperação de mobilidade. «Não os podíamos manter aqui porque faltavam condições de esterilização e fazia muito frio».
recorda. «Cheguei a levar alguns ratinhos para casa.»
A investigação acabou por ser abandonada, mas Carlos Lima, que se especializara em Neurologia no Egas Moniz, e em Neuropalologia em Santa Maria, no laboratório de João Lobo Antunes, não perdeu a convicção de que aí residia o segredo.
Mas foi só quando surgiu um artigo científico, em que se demonstrava a eficácia do transplante de mucosa em ratinhos, que decidiu voltar à sua teoria de sempre e passar à fase de testes em humanos.
Obtida a autorização da administração e da Comissão de Ética do hospital, o neurologista ainda teve de contornar um importante obstáculo: como extrair a mucosa? Ninguém no mundo o tentara. «Esta não é uma investigação rentável, não há nada para patentear. Trata-se de um transplante autólogo, em que o dador é o próprio doente», justifica o otorrino Pedro Escada, 39 anos. Depois de muito treino em ratinhos e em cadáveres humanos, foi ele quem conseguiu atingir pelo nariz o local de difícil acesso, sem danificar os tecidos circundantes. Estava dado o primeiro grande passo.
Músculo a músculo
Hoje, é de pequenos pormenores, vividos como grandes conquistas, que se enchem os dias de cada uma das seis pessoas já operadas.
Um tetraplégico, de 18 anos, aumentou a"força de um músculo do braço direito e actualmente controla, apesar de não ser constante, alguns músculos das pernas.
Mas quem chegou mais longe foi a primeira paciente a ser transplantada, em Julho de 2001, uma tetraplégica que não tinha qualquer sensibilidade ou movimento abaixo da zona da lesão. Ao longo dos primeiros cinco meses de recuperação, ganhou sensibilidade no tronco, controlo dos músculos abdominais e de um músculo da face interna da coxa esquerda; numa segunda fase, já 15 meses após a intervenção cirúrgica, começou a controlar outros músculos de ambas as pernas, ainda que com pouca forca.
Não há, porém, dois casos iguais, e o progresso de cada um depende de inúmeros factores: do tamanho da lesão, da sua idade (quanto mais jovem, maior a capacidade regenerativa das células oifáetivas), do sexo (as mulheres terão alguma vantagem, uma vez que são de olfacto mais apurado). E ainda sobram muitas incógnitas.
Certa, para já, é a importância da fisioterapia, uma vez que o estímulo dos músculos faz despertar as ligações adormecidas. Com as células transplantadas a servirem de ponte entre as zonas acima e abaixo da lesão, «fortalecer e cimentar estes ganhos acontece através de uma fisioterapia intensiva, o que não tem sido possível cá», frisa Carlos Lima.
Tudo pela fisioterapia
Essa é, agora, a principal preocupação do médico, que acompanha de perto cada um dos seis pacientes. Seguidos no Curry Cabral, depois das recusas de todos os outros hospitais, os que estão internados fazem duas sessões diárias de fisioterapia; os outros, tem direito a apenas três sessões por semana.
«Temos muitas carências», admite o administrador do hospital, Canas Mendes, a quem a tutela negou a proposta de reforma da unidade de reabilitação, «mas, graças a boa vontade de toda a gente envolvida, conseguimos ir deitando mão a projectos inovadores como este».
Além da sobrelotação dos serviços, o equipamento também deixa a desejar. «Em Portugal não há uma passadeira com suspensão, uma máquina fundamental para o treino de marcha», lamenta Carlos Lima. O neurologista tenta, por isso, que centros de reabilitação fora do País recebam os seus pacientes, havendo já fortes possibilidades de virem a ser encaminhados para o Sul de França, através de um protocolo da União Europeia.
Fforbela Rodrigues, alentejana de Eivas, está disposta a ir para onde for preciso. Última a ser transplantada, a 17 de Outubro do ano passado, o seu caso era o mais imprevisível, por culpa da idade mas também por ter sido operada apenas seis anos depois do acidente de viação que a deixou tetraplégica, Apesar de ter estado um mês à espera de vaga para a fisioterapia, hoje contrai e distende os abdominais com a vitória estampada no rosto. «Sei que é um processo lento, mas já noto diferenças, sobretudo a nível sensitivo na perna esquerda e no tronco.» Nunca deixou de conseguir mexer as mãos, embora com dificuldade, mas treme menos. «Agora», diz a administrativa, «vai ser mais fácil utilizar o computador.» Luis Lima, que tem uma lesão de quatro centímetros entre as 4a e 6a dorsais, vive um passo de cada vez agora que já recuperou alguma sensibilidade nas pernas e o controlo dos músculos abdominais. «Não sonho muito alto. Mas se um dia voltar a andar, mesmo que seja daqui a muito tempo, é fenomenal...»
O próximo passo
Segundo um estudo realizado por Fernando Martins, fisiatra do Hospital dos Covões, em Coimbra, em Portugal surgem, anualmente, 500 novos casos de lesionados da medula, a maior parte vitimas de acidentes de viação. As solicitações chegam, por isso, de todos os lados.
Sem secretária para o apoiar na gestão dos pacientes, e com o computador do hospital a assemelhar-se a uma peça de museu, Carlos Lima tem de deixar a pesquisa e os contactos com os seus colegas estrangeiros para depois de cumpridas todas as obrigações do serviço. Afinal, a investigação conta apenas 0,25% na carreira de um médico...
É, por isso. em casa que navega na Internet e rouba tempo à família para avançar no artigo científico que há-de publicar. Mas não gosta de se queixar. «Sinto uni grande apelo por estas pessoas sem esperança. O mais importante é conseguir a sua reabilitação», justifica aquele a quem um director de serviço acusou um dia de não se vestir «como um medico».
O seu próximo passo, em colaboração com o vizinho Instituto de Higiene e Medicina Tropical, será a cultura de células progenitoras da mucosa olfactiva humana.
Se o desenvolvimento em laboratório resultar, vai ser possível constituir bancos de células progenitoras, o que representa um enorme potencial de tratamento de doenças degenerativas do sistema nervoso, como o Alzheimer ou o Parkinson.
Enquanto isto, Carlos Lima vai colhendo a gratidão dos pacientes. «Somos os seus filhos adoptivos», brinca Florbela.
Mas João vai mais longe: «Foi um Deus para mim, e o único médico que se preocupa comigo.» É o neurologista quem lhe está a tratar da transferência da fisioterapia para um hospital mais próximo de casa; é também ele quem lhe arranja fraldas.
Até dos Estados Unidos vão chegar mais alguns «filhos», enviados pela Universidade de Detroit para serem tratados pela equipa portuguesa. Porque o Mundo está de olhos no Egas Moniz.
Depoimento perante o Senado EUA
Given at a Science, Technology, and Space Hearing:
Adult Stem Cell Research
Wednesday, July 14 2004 - 2:30 PM - SR - 253
The Testimony of
Ms. Laura Dominguez
,
My name is Laura Dominguez. I am 19 years old and live in San Antonio, TX. Three years ago, while on the way home from summer school, my brother and I were involved in a car accident that left me paralyzed from the neck down. The accident was caused by an oil spill on the highway. An oil spill that we had nothing to do with, but by chance was on the roadway in our lane. I suffered a C6 vertebrae burst fracture and my spinal cord was severely damaged. At that time doctors gave me absolutely no chance of ever walking again. I refused to accept their prognosis and began searching for other options.
After being hospitalized (in several hospitals) for almost a year, my mother and I relocated to San Diego, CA so that I could undergo extensive physical therapy. While in California, we met a family whose daughter was suffering from a similar spinal cord injury. They were also looking for other alternatives to deal with spinal cord injuries. After extensive research and consultations with medical experts in the field of spinal cord injuries, we decided the best procedure, that exists today, was being performed in Portugal. We teamed up with the Nader family, a group of Doctors from the Detroit Medical Center, and flew to Portugal to undergo this new surgical procedure.
The surgery involved the removal of tissue from my olfactory sinus area and transplanting it into my spinal cord at the injury site. Both procedures, the harvesting of the tissue and the transplant were done at the same time. I was the tenth person in the world and the second American to have this procedure done.
After the surgery, I returned to California to continue physical therapy. I stayed there until July of 2003 and then returned back to San Antonio, TX. At that time an MRI was taken and it revealed my spinal cord had begun to heal. Approximately 70% of the lesion now looked like normal spinal cord tissue.
I was also starting to regain feeling in my upper body and within six months I had regained feeling down to my abdomen. Improvements in my sensory feelings have continued until the present time. I can now feel down to my hip level and have started to regain feeling and some movement down to my legs. My upper body has gained more strength and balance. Another one of the most evident improvements has been my ability to stand and remain standing, using a walker, and with minimal assistance. When I stand I can contract my quadriceps and hamstring muscles. I can also stand on my toes when I am on my feet. And more importantly, while lying down in a prone position, I am able to move my feet.
My training has continued to this day and I am able to better use the muscles in my hip area. I am able, with assistance and the use of braces, to walk a distance of over 1400 feet. It takes approximately thirty minutes to walk this distance and it is extremely tiring, but it can be done. I will continue to challenge myself until I can fully walk again with little or no assistance from braces or the help of a therapist. I hope…no, I know…this will be possible by my 21st birthday.
It is my understanding that the nervous system is one of the most difficult and complex to repair after an injury or trauma. But in my case, the procedure that was performed in Portugal is working as I have regained more feeling and movement. Some of the movements that I am able to make are functions that are controlled by the very tip of my spinal cord. Although the intensive physical training that I had enhanced my ability to regain strength and movement, prior to surgery I did not have the type of function and feeling that I have now. It only stands to reason that if adult stem cells can repair the complex functions of the spinal cord, they can repair and help other injured internal organs or other parts of the body, whether an injury is caused by trauma or disease. The way I see it, scientists have been given the knowledge and tools to develop and make use of adult stem cells, whether they are derived from tissue removed from the olfactory mucosa or otherwise. This knowledge should be taken full advantage of to help people overcome injuries that can be helped by stem cells or people that suffer from some terminal or debilitating diseases. At the very least, some people can benefit from the possibility of a better quality of life.
My life changed from one minute to the next. A catastrophic injury can happen to any person under any circumstance, whether it be a car accident such as mine or some other innocent event or occurrence. The U.S. has been the world leader in science and health and its citizens should not be forced to go to other countries to look for help or cures. The tools to help Americans should be made available in this country.
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