sábado, agosto 07, 2004

VIRUS do NILO


O que é o vírus do Nilo?
O vírus do Nilo pertence ao grupo dos vírus que são essencialmente transmitidos pelos artrópodes, como insectos, por exemplo. À infecção com o vírus do Nilo chama-se zoonose, uma doença que pode passar dos animais para o homem
Quando e onde é que se descobriu o vírus do Nilo enquanto causa de doença?
O vírus foi isolado pela primeira vez a partir de uma mulher febril, em 1937. Em 1957 foi reconhecido como causa de uma doença humana chamada meningoencefalite (inflamação da espinal medula e do cérebro) e como causa de doença que afectava os cavalos no Egipto e em França no princípio dos anos 60.
O vírus do Nilo é uma doença essencialmente humana?
Não. O vírus do Nilo é sobretudo uma infecção de aves e mosquitos.
Como é o ciclo de transmissão do vírus?
As aves são os anfitriões mais comuns do vírus do Nilo, que circula no seu sangue. Assim, quando o mosquito pica uma ave pode também ficar infectado e a partir daí passar o vírus a outras aves e dessa forma contribuir para a transmissão a outros mosquitos.
Na transmissão da infecção, homens e animais são agentes importantes?
Não. Estes raramente desenvolvem na sua corrente sanguínea níveis tão elevados do vírus que permitam infectar um mosquito.
Como é que os seres humanos ficam infectados pelo vírus?
Através da picada de um mosquito infectado. Os mosquitos que estão envolvidos na transmissão do vírus do Nilo geralmente preferem alimentar-se do sangue das aves mas, por vezes, picam e infectam seres humanos e outros animais.
Quanto tempo depois da picada de um mosquito infectado pode uma pessoa desenvolver os sintomas?
O período de incubação vai de 3 a 15 dias.
Pode contrair-se o vírus directamente a partir de uma pessoa infectada?
Não. O vírus não é transmissível de pessoa para pessoa através do contacto próximo. No entanto, em 2002, alguns indivíduos foram infectados nos Estados Unidos depois de receberem transfusões de sangue. Os dadores tinham formas muito leves da doença, que assim não foi detectada pelos médicos. Também há relatos, embora muito raros, de casos de infecção na sequência de transplantes de órgãos.
Quais são os sintomas?
Cerca de 8% dos infectados não têm qualquer sintoma e 20% apresentam sintomas parecidos com os da gripe: febre, dores de cabeça e no corpo. No entanto, menos de 1% dos infectados acabam por desenvolver uma doença mais grave. Se a infecção for grave pode provocar inflamação no cérebro (encefalite), na membrana que envolve o cérebro e na espinal medula (meningite) ou, simultaneamente, no cérebro e da membrana (meningoencefalite). Os doentes podem ter dores de cabeça, febre, pescoço rígido, irritação nos olhos, desorientação, fraqueza muscular, convulsões e, nos casos mais graves, coma e mesmo morte. A maioria das mortes registadas foram de pessoas com mais de 50 anos.
Em que zonas do mundo existe este vírus?
O vírus do Nilo já foi isolado em vários países em África, na Europa, Médio Oriente, Ásia Central e Oriental, Oceania e, mais recentemente, América do Norte.
A doença é sazonal?
Nos países das zonas temperadas, os casos de infecção surgem mais no fim do Verão, princípio do Outono, mas nos países com climas tropicais, o vírus pode ser transmitido ao longo de todo o ano. Como é que o vírus se alastra a novas zonas?
Pensa-se que grande parte da expansão de actividade do vírus do Nilo se fica a dever à migração de aves infectadas. Ainda não é claro é como é que o vírus chegou aos Estados Unidos, mas a estirpe aí encontrada é geneticamente mais semelhante às encontradas em Israel.
Os dois casos suspeitos no Algarve implicam que há agora um maior risco de contrair o vírus em Portugal?
O risco de contrair o vírus do Nilo na Europa é considerado muito baixo.
Conselhos para os turistas
Precauções contra os mosquitos, tais como:
Usar roupa larga e leve que cubra a pele o mais possível
Evitar o exterior nas alturas em que mosquito normalmente se alimenta, como o amanhecer e o anoitecer
Usar repelente
Evitar as áreas onde exista grande concentração de mosquitos ou outros insectos susceptíveis de picar
LINKAR:

  • ESTUDO-Virus do Nilo

  • Trabalho jornalístico:VISÃO ON LINE