Uma questão técnica
O Ministério da Saúde vai discutir, nos próximos dias 25 e 26, a concretização de uma decisão europeia e que é também uma prioridade do Governo.
Trata-se da «e-saúde», a «saúde electrónica».
De acordo com Manuel Pizarro, secretário de Estado da Saúde, vamos, a médio prazo (dois a três anos) ter o registo de saúde electrónico (RSE).
Quer isto dizer que, ao longo destes quatro anos de legislatura, esta que era uma prioridade governamental, embora não das primeiras, não chegou a medrar; se é verdade que alguns hospitais e centros de saúde evoluíram nesta área, continuamos a não dispor da informação clínica de cada cidadão numa qualquer plataforma on-line, em qualquer contexto de prestação de cuidados, em qualquer ponto do País e a qualquer hora.
Para além de quatro anos perdidos, acresce que, segundo alguns especialistas cépticos, os sistemas informáticos existentes, nos quais deverão basear-se, depois de aperfeiçoados, as novas aplicações de registo clínico, dificilmente serão compatíveis com os novos sistemas de informação que estão a ser adquiridos por alguns hospitais públicos.
Para além de quatro anos perdidos, acresce que, segundo alguns especialistas cépticos, os sistemas informáticos existentes, nos quais deverão basear-se, depois de aperfeiçoados, as novas aplicações de registo clínico, dificilmente serão compatíveis com os novos sistemas de informação que estão a ser adquiridos por alguns hospitais públicos.
Parece ter escapado aos responsáveis a complexidade desta matéria, ao contrário do que aconteceu, por exemplo, em algumas regiões autónomas de Espanha, nas quais o sistema foi montado peça a peça, em obediência a um plano lógico... começando «por uma ponta», como diz o povo.
Resta esperar que, agora, o secretário de Estado esteja a ser bem aconselhado e que, seja qual for o resultado das próximas eleições legislativas, o futuro Governo persista na efectivação de um sistema que poderá gerar economias muito significativas — basta pensar na sistemática duplicação de exames auxiliares de diagnóstico, que desvia recursos tão necessários noutras áreas. Na verdade, para além da decisão política envolvida, há uma questão técnica que não deve ser tingida com cores partidárias.
TEMPO MEDICINA 2009.06.22
Resta esperar que, agora, o secretário de Estado esteja a ser bem aconselhado e que, seja qual for o resultado das próximas eleições legislativas, o futuro Governo persista na efectivação de um sistema que poderá gerar economias muito significativas — basta pensar na sistemática duplicação de exames auxiliares de diagnóstico, que desvia recursos tão necessários noutras áreas. Na verdade, para além da decisão política envolvida, há uma questão técnica que não deve ser tingida com cores partidárias.
TEMPO MEDICINA 2009.06.22
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