CNDO
Quais são os principais objectivos da Coordenação Nacional para as Doenças Oncológicas (CNDO)?
De entre os objectivos do CNDO, saliento pela sua importância imediata: a dinamização das Comissões Oncológicas Regionais que são o órgão executivo do Programa Nacional de Prevenção e Controlo das Doenças Oncológicas (PNPCDO); a melhoria, uniformização e modernização dos registos oncológicos regionais; o alargamento dos rastreios do cancro do colo do útero e da mama assim como a entrada em funcionamento do rastreio do cancro do cólon e recto de base populacional. Saliento ainda a elaboração/adaptação de recomendações terapêuticas, de diagnóstico e de vigilância das doenças neoplásicas, estando neste momento a proceder-se à constituição dos respectivos grupos de trabalho. Esta tarefa será feita de maneira progressiva e continuada.
As doenças oncológicas são a segunda principal causa de morte em Portugal. Em que medida o Programa Nacional de Prevenção e Controlo das Doenças Oncológicas pode auxiliar à diminuição da taxa de incidência e mortalidade por cancro em Portugal?
A diminuição da taxa de incidência das doenças oncológicas é talvez o maior objectivo a ser perseguido. Para consegui-lo é necessário um enorme trabalho na área da prevenção. Convém realçar que de uma maneira geral, embora seja uma área de actuação muito atractiva, os resultados no que à prevenção do cancro dizem respeito, têm sido inferiores aos observados, por exemplo, na prevenção da doença coronária.
Dois exemplos positivos, com benefícios avaliados: algumas campanhas anti tabaco com redução da mortalidade, no homem, em cerca de 20%, segundo alguns dados internacionais; o rastreio do cancro do colo do útero que detectando lesões pré malignas faz diminuir a taxa de incidência além de melhorar resultados em termos de mortalidade por detectar tumores em estádios mais precoces.
Sublinho o papel fundamental dos profissionais de saúde na promoção de hábitos de vida saudáveis.
Alertar, de forma consistente, para os perigos do tabagismo, obesidade e sedentarismo
é trabalhar de forma consciente para a diminuição da incidência do cancro e de uma forma mais geral promover ganhos em saúde.
O cancro da próstata é o segundo e o mais frequente cancro nos homens e o colorectal tem apresentado uma incidência crescente no nosso País, sendo actualmente o tumor maligno mais frequente do aparelho digestivo. O que está a ser efectuado em Portugal ao nível da prevenção deste tipos de cancro?
Está definido que o CNDO implementará a Recomendação 2003/878/EC, de 2 de Dezembro, do Conselho de Ministros da União Europeia sobre rastreio de cancro.
Assim sendo, são apenas três os cancros rastreáveis: colo do útero, cólon e recto e mama. Está a ser elaborado o manual de rastreio do colo do útero. Seguir-se-ão os outros dois. Pretende-se que haja maior uniformidade de procedimentos, estabelecimento de indicadores de avaliação e a divulgação periódica dos resultados.
Posso dizer que a COR da ARS Centro tem em fase adiantada de elaboração um programa de rastreio de cancro do cólon e recto, de base populacional. Seguramente que outros se seguirão de acordo com o estabelecido no respectivo manual.
Quanto ao cancro da próstata, ainda não há demonstração científica da sua utilidade. Ou seja, não foi demonstrado que diagnosticar mais cedo a doença corresponda a uma maior sobrevivência. Poderá ser difícil fazer entender a um não médico esta afirmação que infelizmente é, neste momento, a única com evidência científica. Convém talvez esclarecer ainda que muitos autores consideram que o PSA não é um bom teste de rastreio.
Quais as recomendações para prevenir as doenças oncológicas e conselhos para os que já sofrem delas?
Para prevenir as doenças neoplásicas, e outras, a adesão a hábitos de vida saudáveis parece ser a melhor maneira. Não fumar, fazer exercício físico e controlar o peso são factores importantes na prevenção do cancro. A participação em programas de rastreio organizados, de base populacional é também um factor importante.
Àqueles a quem foi diagnosticada a doença, vale a pena encorajar para que sigam os programas de tratamento nos centros para onde foram referenciados pelos seus médicos.
Ainda hoje vemos em consulta, formas muito adiantadas da doença que foram deixadas evoluir, na maioria das vezes, por medo. Convém esclarecer que os tratamentos actuais permitem curar 50% dos doentes no conjunto de todas as doenças e estádios.
Tem alguma mensagem específica que gostaria de deixar aos leitores?
Aos utentes dos Centros de Saúde, lembrar-lhes que a utilização correcta dos serviços de saúde permite uma melhoria da qualidade dos cuidados prestados. O seguimento das recomendações e a adesão à terapêutica prescrita são fundamentais para a melhoria do estado de saúde.
Aos profissionais, os votos dos maiores sucessos e, se me permitem, lembrar-lhes que somos os únicos que escolhemos, voluntariamente, frequentar as instituições de saúde.
De entre os objectivos do CNDO, saliento pela sua importância imediata: a dinamização das Comissões Oncológicas Regionais que são o órgão executivo do Programa Nacional de Prevenção e Controlo das Doenças Oncológicas (PNPCDO); a melhoria, uniformização e modernização dos registos oncológicos regionais; o alargamento dos rastreios do cancro do colo do útero e da mama assim como a entrada em funcionamento do rastreio do cancro do cólon e recto de base populacional. Saliento ainda a elaboração/adaptação de recomendações terapêuticas, de diagnóstico e de vigilância das doenças neoplásicas, estando neste momento a proceder-se à constituição dos respectivos grupos de trabalho. Esta tarefa será feita de maneira progressiva e continuada.
As doenças oncológicas são a segunda principal causa de morte em Portugal. Em que medida o Programa Nacional de Prevenção e Controlo das Doenças Oncológicas pode auxiliar à diminuição da taxa de incidência e mortalidade por cancro em Portugal?
A diminuição da taxa de incidência das doenças oncológicas é talvez o maior objectivo a ser perseguido. Para consegui-lo é necessário um enorme trabalho na área da prevenção. Convém realçar que de uma maneira geral, embora seja uma área de actuação muito atractiva, os resultados no que à prevenção do cancro dizem respeito, têm sido inferiores aos observados, por exemplo, na prevenção da doença coronária.
Dois exemplos positivos, com benefícios avaliados: algumas campanhas anti tabaco com redução da mortalidade, no homem, em cerca de 20%, segundo alguns dados internacionais; o rastreio do cancro do colo do útero que detectando lesões pré malignas faz diminuir a taxa de incidência além de melhorar resultados em termos de mortalidade por detectar tumores em estádios mais precoces.
Sublinho o papel fundamental dos profissionais de saúde na promoção de hábitos de vida saudáveis.
Alertar, de forma consistente, para os perigos do tabagismo, obesidade e sedentarismo
é trabalhar de forma consciente para a diminuição da incidência do cancro e de uma forma mais geral promover ganhos em saúde.
O cancro da próstata é o segundo e o mais frequente cancro nos homens e o colorectal tem apresentado uma incidência crescente no nosso País, sendo actualmente o tumor maligno mais frequente do aparelho digestivo. O que está a ser efectuado em Portugal ao nível da prevenção deste tipos de cancro?
Está definido que o CNDO implementará a Recomendação 2003/878/EC, de 2 de Dezembro, do Conselho de Ministros da União Europeia sobre rastreio de cancro.
Assim sendo, são apenas três os cancros rastreáveis: colo do útero, cólon e recto e mama. Está a ser elaborado o manual de rastreio do colo do útero. Seguir-se-ão os outros dois. Pretende-se que haja maior uniformidade de procedimentos, estabelecimento de indicadores de avaliação e a divulgação periódica dos resultados.
Posso dizer que a COR da ARS Centro tem em fase adiantada de elaboração um programa de rastreio de cancro do cólon e recto, de base populacional. Seguramente que outros se seguirão de acordo com o estabelecido no respectivo manual.
Quanto ao cancro da próstata, ainda não há demonstração científica da sua utilidade. Ou seja, não foi demonstrado que diagnosticar mais cedo a doença corresponda a uma maior sobrevivência. Poderá ser difícil fazer entender a um não médico esta afirmação que infelizmente é, neste momento, a única com evidência científica. Convém talvez esclarecer ainda que muitos autores consideram que o PSA não é um bom teste de rastreio.
Quais as recomendações para prevenir as doenças oncológicas e conselhos para os que já sofrem delas?
Para prevenir as doenças neoplásicas, e outras, a adesão a hábitos de vida saudáveis parece ser a melhor maneira. Não fumar, fazer exercício físico e controlar o peso são factores importantes na prevenção do cancro. A participação em programas de rastreio organizados, de base populacional é também um factor importante.
Àqueles a quem foi diagnosticada a doença, vale a pena encorajar para que sigam os programas de tratamento nos centros para onde foram referenciados pelos seus médicos.
Ainda hoje vemos em consulta, formas muito adiantadas da doença que foram deixadas evoluir, na maioria das vezes, por medo. Convém esclarecer que os tratamentos actuais permitem curar 50% dos doentes no conjunto de todas as doenças e estádios.
Tem alguma mensagem específica que gostaria de deixar aos leitores?
Aos utentes dos Centros de Saúde, lembrar-lhes que a utilização correcta dos serviços de saúde permite uma melhoria da qualidade dos cuidados prestados. O seguimento das recomendações e a adesão à terapêutica prescrita são fundamentais para a melhoria do estado de saúde.
Aos profissionais, os votos dos maiores sucessos e, se me permitem, lembrar-lhes que somos os únicos que escolhemos, voluntariamente, frequentar as instituições de saúde.
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