Entrevista de CC, JN 06.08.06
Prestes a ser avô pela terceira vez, o ministro que encerrou maternidades escolheria Badajoz se o neto quisesse nascer em Elvas. E só levou aspirina no estojo de primeiros socorros das férias.
JN - Faço-lhe a mesma pergunta que fiz ao porta-voz da Associação Nacional de Farmácias: se lhe doer a cabeça em férias, entra na primeira loja de medicamentos, seja ou não farmácia?
CC – Não. A primeira coisa é procurar saber qual a razão por que me dói, se tomei alguma coisa que me fez mal, se estou constipado, se há alguma causa externa. A última coisa que faço é tomar medicamentos.
JN – E no seu estojo de primeiros socorros tem paracetamol ?
CC – Também tem aspirina …
JN - Prefere-a?
CC- Estou mais habituado à aspirina. E tem efeitos úteis para outras coisas, como o efeito vaso-dilatador.
JN – E efeitos nocivos para o estômago …
CC – Tomo-a em meios comprimidos e no meio da refeição. Protegido (risos).
JN – Se estiver a retemperar na sua terra natal e tiver um problema de saúde de noite vai ao Serviço de Atendimento Permanente do Centro de Saúde mais próximo ou aguenta até à manhã seguinte?
CC – Vou directo à Urgência do Hospital ou a uma urgência qualificada para tal. Nunca vou a SAP, nem nunca irei !
JN - A nenhum? Porquê?
CC – Porque não têm condições de qualidade Têm um médico e um enfermeiro e conferem uma falsa sensação de segurança. Nenhum deles devia funcionar assim !
JN – Está a dizer-nos que a ideia é encerrá-los todos ?
CC – Não... não tire daqui nenhuma ideia. Não irei simplesmente porque não têm equipa suficiente, não têm meios de diagnóstico, não têm condições para resolver uma verdadeira urgência.
JN – Passa essa mensagem aos seus pais, que ainda vivem em Viseu ?
CC – Os meus pais nunca vão ao SAP. Vão à Urgência do Hospital. É um sitio garantido e seguro.
JN - Tem um terceiro neto a caminho… Se as dores de parto chegarem em Elvas, para onde seguirá a nora?
CC – (Risos) Para Badajoz, obviamente! É mais perto e são serviços de boa qualidade.
JN – Portalegre não?
CC - Se fosse mais perto.
JN - Se for no IP4, entre Mirandela, Macedo e Bragança ?
CC - Depende. Se acontecer mais perto de Bragança, vai para lá, se for mais perto de Vila Real, será em Vila Real.
JN – Em Mirandela é que não, apesar de não estar decidido qual a maternidade que se mantém no distrito, se esta, se a de Bragança ?
CC – Mirandela é a que tem menos equipa. Está assente que vai fechar no final do ano.
JN- E onde nasce esse neto afinal ?
CC – A minha nora é beneficiária dos serviços de saúde dos bancários, é natural que seja numa maternidade convencionada. Mas o meu outro neto nasceu na Maternidade Alfredo da Costa. Quem sabe se este não acaba por nascer lá também!
JN – É Verão, todos os dias nos massacram a cabeça com cancro dapele. Já lhe ocorreu sugerir a comparticipação de protector solar ?
CC- O que me ocorre é apoiar as iniciativas de saúde pública de prevenção do melanoma.
JN – Acredita que funcionam?
CC- Acredito. Vê-se cada vez mais gente a sair da praia entre as dez e o meiodia e a chegar entre as 17 e as 19 horas.
JN – Antes das férias, gostou de ser empurrado do palco dos Media pela sua colega da Educação?
CC – (Risos) Tudo isto tem uma explicação muito simples: a ministra da Educação é uma pessoa altamente capaz e tem vindo a desenvolver uma política de grande qualidade. Este Governo goza de uma grande popularidade e coragem. E as oposições têm sido sistematicamente derrotadas no debate público. Encontraram na ida da ministra ao Parlamento uma fenda para espetar uma adaga. Mas isso não trouxe nada ao país.
JN – Não se sentiu aliviado por deixar de ser o bombo da festa?
CC – (Risos) Não. Não. Fez-me vibrar de solidariedade!
JN – Que medidas surpresa nos preparou para a rentrée enquanto vadiou estes dias por Sintra ?
CC - Não há nenhuma surpresa neste Ministério. Tem tudo a ver com três prioridades essenciais. Até ao fim do ano, a prioridade número um é conter o défice. E as prioridades do Plano são a Reforma dos Cuidados Primários com as Unidades de Saúde Familiares e a aposta nos Cuidados Continuados. Para isso, temos que ter SAP encerrados, horas extraordinárias revistas, remunerações acertadas, computadores afinados, enfermeiros e médicos motivados… Temos que ter os hospitais e os Centros de Saúde em ligação directa. E é o que vamos ter em cinco hospitais até ao final do ano.
Ivete Carneiro
JN, 06 Agosto 2006
JN - Faço-lhe a mesma pergunta que fiz ao porta-voz da Associação Nacional de Farmácias: se lhe doer a cabeça em férias, entra na primeira loja de medicamentos, seja ou não farmácia?
CC – Não. A primeira coisa é procurar saber qual a razão por que me dói, se tomei alguma coisa que me fez mal, se estou constipado, se há alguma causa externa. A última coisa que faço é tomar medicamentos.
JN – E no seu estojo de primeiros socorros tem paracetamol ?
CC – Também tem aspirina …
JN - Prefere-a?
CC- Estou mais habituado à aspirina. E tem efeitos úteis para outras coisas, como o efeito vaso-dilatador.
JN – E efeitos nocivos para o estômago …
CC – Tomo-a em meios comprimidos e no meio da refeição. Protegido (risos).
JN – Se estiver a retemperar na sua terra natal e tiver um problema de saúde de noite vai ao Serviço de Atendimento Permanente do Centro de Saúde mais próximo ou aguenta até à manhã seguinte?
CC – Vou directo à Urgência do Hospital ou a uma urgência qualificada para tal. Nunca vou a SAP, nem nunca irei !
JN - A nenhum? Porquê?
CC – Porque não têm condições de qualidade Têm um médico e um enfermeiro e conferem uma falsa sensação de segurança. Nenhum deles devia funcionar assim !
JN – Está a dizer-nos que a ideia é encerrá-los todos ?
CC – Não... não tire daqui nenhuma ideia. Não irei simplesmente porque não têm equipa suficiente, não têm meios de diagnóstico, não têm condições para resolver uma verdadeira urgência.
JN – Passa essa mensagem aos seus pais, que ainda vivem em Viseu ?
CC – Os meus pais nunca vão ao SAP. Vão à Urgência do Hospital. É um sitio garantido e seguro.
JN - Tem um terceiro neto a caminho… Se as dores de parto chegarem em Elvas, para onde seguirá a nora?
CC – (Risos) Para Badajoz, obviamente! É mais perto e são serviços de boa qualidade.
JN – Portalegre não?
CC - Se fosse mais perto.
JN - Se for no IP4, entre Mirandela, Macedo e Bragança ?
CC - Depende. Se acontecer mais perto de Bragança, vai para lá, se for mais perto de Vila Real, será em Vila Real.
JN – Em Mirandela é que não, apesar de não estar decidido qual a maternidade que se mantém no distrito, se esta, se a de Bragança ?
CC – Mirandela é a que tem menos equipa. Está assente que vai fechar no final do ano.
JN- E onde nasce esse neto afinal ?
CC – A minha nora é beneficiária dos serviços de saúde dos bancários, é natural que seja numa maternidade convencionada. Mas o meu outro neto nasceu na Maternidade Alfredo da Costa. Quem sabe se este não acaba por nascer lá também!
JN – É Verão, todos os dias nos massacram a cabeça com cancro dapele. Já lhe ocorreu sugerir a comparticipação de protector solar ?
CC- O que me ocorre é apoiar as iniciativas de saúde pública de prevenção do melanoma.
JN – Acredita que funcionam?
CC- Acredito. Vê-se cada vez mais gente a sair da praia entre as dez e o meiodia e a chegar entre as 17 e as 19 horas.
JN – Antes das férias, gostou de ser empurrado do palco dos Media pela sua colega da Educação?
CC – (Risos) Tudo isto tem uma explicação muito simples: a ministra da Educação é uma pessoa altamente capaz e tem vindo a desenvolver uma política de grande qualidade. Este Governo goza de uma grande popularidade e coragem. E as oposições têm sido sistematicamente derrotadas no debate público. Encontraram na ida da ministra ao Parlamento uma fenda para espetar uma adaga. Mas isso não trouxe nada ao país.
JN – Não se sentiu aliviado por deixar de ser o bombo da festa?
CC – (Risos) Não. Não. Fez-me vibrar de solidariedade!
JN – Que medidas surpresa nos preparou para a rentrée enquanto vadiou estes dias por Sintra ?
CC - Não há nenhuma surpresa neste Ministério. Tem tudo a ver com três prioridades essenciais. Até ao fim do ano, a prioridade número um é conter o défice. E as prioridades do Plano são a Reforma dos Cuidados Primários com as Unidades de Saúde Familiares e a aposta nos Cuidados Continuados. Para isso, temos que ter SAP encerrados, horas extraordinárias revistas, remunerações acertadas, computadores afinados, enfermeiros e médicos motivados… Temos que ter os hospitais e os Centros de Saúde em ligação directa. E é o que vamos ter em cinco hospitais até ao final do ano.
Ivete Carneiro
JN, 06 Agosto 2006
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