Monocarril Oeiras
É o mais poluente dos transportes públicos
Emissão de gases de efeito de estufa é 175 vezes superior à dos outros transportes pesados
Uma equipa de investigadores do Instituto Superior Técnico (IST) levou recentemente a cabo um estudo sobre o monocarril de Oeiras, no qual concluiu que este novo meio de transporte público apresenta os piores resultados em relação ao consumo de energia e aos níveis de emissão de poluentes, quando comparado com todos os outros transportes pesados de passageiros.
De acordo com este Estudo de Desempenho Ambiental do SATUOeiras, o problema do inovador Sistema Automático de Transporte Urbano de Oeiras (SATUO) não está só na poluição sonora e visual que causa às populações locais, mas principalmente na poluição ambiental que tem vindo a criar. Embora seja o único modo de transporte cuja poluição atmosférica local é nula, visto deslocar-se através de um sistema eléctrico, é o que mais expele gases de efeito de estufa (GEE), nas centrais termo-eléctricas de onde provém a energia para o seu funcionamento. Só a nível de emissão dos GEE, este estudo revela que a carga poluente é 175 vezes maior no caso do SATUO, do que em relação a todos os outros veículos pesados de passageiros.
Desta forma, a investigação do IST conclui que "o SATU é a pior opção de transporte independente", visto ser "o que apresenta piores resultados tanto a nível de consumo energético, como de emissão de poluentes". Para além de "continuar a não apresentar nenhuma melhoria face às alternativas de transporte existentes na zona."
Segundo Tiago Farias, um dos autores deste estudo ambiental, "os principais problemas do SATUO resultam de não terem sido feitos estudos prévios fundamentais, como era o um estudo de mercado." "Quando se chega à conclusão que os gastos em energia eléctrica são enormes, que a emissão de GEE é altíssima e que a procura por parte dos utentes é mínima, o balanço não é nada positivo", diz o investigador. "Ainda para mais, está em vista o prolongamento da linha, o que é totalmente incompreensível", comenta. "Querem estender o SATUO até ao Lagoas Parque e a autarquia está convencida que aí é que vai ser possível rentabilizar este projecto, com o aumento da procura, mas é uma fantasia, pois no Lagoas Parque trabalham pessoas da classe média alta, que se deslocam de carro e não vão usar o monocarril", assegura o investigador.
A juntar aos problemas ambientais revelados neste estudo, a população vizinha do SATUO também não poupa críticas ao transporte, razão pela qual vão marcar presença hoje na Assembleia Municipal de Oeiras.
A proximidade do viaduto do monocarril dos prédios da Tapada do Mocho - cerca de seis metros - e o barulho da circulação são algumas das queixas. De acordo com a moradora Jane Carvalho, "a única coisa que a população pede à autarquia, é que lhe seja devolvida a qualidade de vida que tinha antes e, caso isso não seja possível, que dê então uma indemnização."
Desde a inauguração deste transporte, há um ano, "que os moradores não podem abrir uma janela e não conseguem dormir com o barulho dos cabos a roçar nas roldanas", afirma Jane Carvalho. "Já pedimos que fosse feito um estudo por uma entidade idónea para ver a qualidade do projecto, mas a única coisa que a autarquia nos diz é para fecharmos as cortinas se não queremos ver o SATUO a passar na nossa janela. E que, em relação ao barulho, é apenas uma questão de hábito..."
A autarquia de Oeiras diz que não tem conhecimento de qualquer estudo do IST e que, quanto à poluição sonora, está à espera dos resultados de uma análise que foi feita. "Caso se venham a concluir que os níveis são mais altos que os permitidos, os moradores serão então recompensados por esse facto", disse o porta-voz Rui de Carvalho.
O que é o SATUO?
Inaugurado a 7 de Junho de 2004, o SATUO foi anunciado como o meio de transporte público mais amigo do ambiente. Movido a electricidade, insonoro e com um sistema antivibração, primava pela particularidade de não ter condutor, nem motor incorporado. Com um gasto de 30 milhões de euros, o primeiro troço estende-se por um percurso entre a Estação de Paço de Arcos e o Oeiras Parque, num total de 1150 metros, percorridos em apenas quatro minutos. A linha poderá prolongar-se até ao Lagoas Parque em 2006 e até ao Tagus Parque em 2008. C.S.L.
Emissão de gases de efeito de estufa é 175 vezes superior à dos outros transportes pesados
Uma equipa de investigadores do Instituto Superior Técnico (IST) levou recentemente a cabo um estudo sobre o monocarril de Oeiras, no qual concluiu que este novo meio de transporte público apresenta os piores resultados em relação ao consumo de energia e aos níveis de emissão de poluentes, quando comparado com todos os outros transportes pesados de passageiros.
De acordo com este Estudo de Desempenho Ambiental do SATUOeiras, o problema do inovador Sistema Automático de Transporte Urbano de Oeiras (SATUO) não está só na poluição sonora e visual que causa às populações locais, mas principalmente na poluição ambiental que tem vindo a criar. Embora seja o único modo de transporte cuja poluição atmosférica local é nula, visto deslocar-se através de um sistema eléctrico, é o que mais expele gases de efeito de estufa (GEE), nas centrais termo-eléctricas de onde provém a energia para o seu funcionamento. Só a nível de emissão dos GEE, este estudo revela que a carga poluente é 175 vezes maior no caso do SATUO, do que em relação a todos os outros veículos pesados de passageiros.
Desta forma, a investigação do IST conclui que "o SATU é a pior opção de transporte independente", visto ser "o que apresenta piores resultados tanto a nível de consumo energético, como de emissão de poluentes". Para além de "continuar a não apresentar nenhuma melhoria face às alternativas de transporte existentes na zona."
Segundo Tiago Farias, um dos autores deste estudo ambiental, "os principais problemas do SATUO resultam de não terem sido feitos estudos prévios fundamentais, como era o um estudo de mercado." "Quando se chega à conclusão que os gastos em energia eléctrica são enormes, que a emissão de GEE é altíssima e que a procura por parte dos utentes é mínima, o balanço não é nada positivo", diz o investigador. "Ainda para mais, está em vista o prolongamento da linha, o que é totalmente incompreensível", comenta. "Querem estender o SATUO até ao Lagoas Parque e a autarquia está convencida que aí é que vai ser possível rentabilizar este projecto, com o aumento da procura, mas é uma fantasia, pois no Lagoas Parque trabalham pessoas da classe média alta, que se deslocam de carro e não vão usar o monocarril", assegura o investigador.
A juntar aos problemas ambientais revelados neste estudo, a população vizinha do SATUO também não poupa críticas ao transporte, razão pela qual vão marcar presença hoje na Assembleia Municipal de Oeiras.
A proximidade do viaduto do monocarril dos prédios da Tapada do Mocho - cerca de seis metros - e o barulho da circulação são algumas das queixas. De acordo com a moradora Jane Carvalho, "a única coisa que a população pede à autarquia, é que lhe seja devolvida a qualidade de vida que tinha antes e, caso isso não seja possível, que dê então uma indemnização."
Desde a inauguração deste transporte, há um ano, "que os moradores não podem abrir uma janela e não conseguem dormir com o barulho dos cabos a roçar nas roldanas", afirma Jane Carvalho. "Já pedimos que fosse feito um estudo por uma entidade idónea para ver a qualidade do projecto, mas a única coisa que a autarquia nos diz é para fecharmos as cortinas se não queremos ver o SATUO a passar na nossa janela. E que, em relação ao barulho, é apenas uma questão de hábito..."
A autarquia de Oeiras diz que não tem conhecimento de qualquer estudo do IST e que, quanto à poluição sonora, está à espera dos resultados de uma análise que foi feita. "Caso se venham a concluir que os níveis são mais altos que os permitidos, os moradores serão então recompensados por esse facto", disse o porta-voz Rui de Carvalho.
O que é o SATUO?
Inaugurado a 7 de Junho de 2004, o SATUO foi anunciado como o meio de transporte público mais amigo do ambiente. Movido a electricidade, insonoro e com um sistema antivibração, primava pela particularidade de não ter condutor, nem motor incorporado. Com um gasto de 30 milhões de euros, o primeiro troço estende-se por um percurso entre a Estação de Paço de Arcos e o Oeiras Parque, num total de 1150 metros, percorridos em apenas quatro minutos. A linha poderá prolongar-se até ao Lagoas Parque em 2006 e até ao Tagus Parque em 2008. C.S.L.
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