Alvoroço porquê ?
PERPLEXIDADES
Noticiou o Público de 25/03/09 (pág. 4 e manchete), causando, de seguida, muitos, grandes e «pesados» comentários, que os hospitais do SNS estão a receber cada vez mais doentes oncológicos que começam os tratamentos em hospitais privados e têm de interrompê-los porque o plafond dos seus seguros de saúde terminou.
Informa também a notícia que a Ordem dos Médicos (ou o respectivo Colégio da Especialidade de Oncologia Médica?) determina, sob pena de incorrimento em falta disciplinar grave, que os doentes com cancro devem ter assegurada a continuidade da prestação de cuidados, obrigatoriamente multidisciplinar, caso contrário devem ser referenciados a outra instituição para tal capacitada, pública ou privada. Quer isto dizer também, como se necessário fosse, que os médicos e outros profissionais de saúde que trabalham em instituições privadas não são necessariamente menos (nem mais...) competentes do que os do sector público — aliás, em muitos casos, são os mesmos...
Desde que as seguradoras (através dos seus funcionários nisso especializados, que não dos profissionais de saúde) informem atempadamente o segurado de que o seu plafond está prestes a ser atingido, e se cumpram os requisitos técnicos, não se descortina razão de tanto alvoroço causado pela transferência destes doentes para o SNS.
Não é ao sector privado que se atribui um papel complementar na prestação de cuidados? Não é verdade também que os serviços públicos têm tido dificuldades em responder em tempo a todos os casos? Por último, enquanto o doente usa o plafond está a gastar dinheiro não público, poupando assim recursos... Ou não é assim? Nada, mas nada mesmo, nos faz simpatizar (ou antipatizar) com os chamados privados, mas aqui, confessamos, estamos perplexos com o desenrolar do «discurso mediático» sobre o assunto. Qual é mesmo o problema?
J.M.A. TEMPO MEDICINA, 30.03.09
Noticiou o Público de 25/03/09 (pág. 4 e manchete), causando, de seguida, muitos, grandes e «pesados» comentários, que os hospitais do SNS estão a receber cada vez mais doentes oncológicos que começam os tratamentos em hospitais privados e têm de interrompê-los porque o plafond dos seus seguros de saúde terminou.
Informa também a notícia que a Ordem dos Médicos (ou o respectivo Colégio da Especialidade de Oncologia Médica?) determina, sob pena de incorrimento em falta disciplinar grave, que os doentes com cancro devem ter assegurada a continuidade da prestação de cuidados, obrigatoriamente multidisciplinar, caso contrário devem ser referenciados a outra instituição para tal capacitada, pública ou privada. Quer isto dizer também, como se necessário fosse, que os médicos e outros profissionais de saúde que trabalham em instituições privadas não são necessariamente menos (nem mais...) competentes do que os do sector público — aliás, em muitos casos, são os mesmos...
Desde que as seguradoras (através dos seus funcionários nisso especializados, que não dos profissionais de saúde) informem atempadamente o segurado de que o seu plafond está prestes a ser atingido, e se cumpram os requisitos técnicos, não se descortina razão de tanto alvoroço causado pela transferência destes doentes para o SNS.
Não é ao sector privado que se atribui um papel complementar na prestação de cuidados? Não é verdade também que os serviços públicos têm tido dificuldades em responder em tempo a todos os casos? Por último, enquanto o doente usa o plafond está a gastar dinheiro não público, poupando assim recursos... Ou não é assim? Nada, mas nada mesmo, nos faz simpatizar (ou antipatizar) com os chamados privados, mas aqui, confessamos, estamos perplexos com o desenrolar do «discurso mediático» sobre o assunto. Qual é mesmo o problema?
J.M.A. TEMPO MEDICINA, 30.03.09
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