Aquisição da CPCHS pela CONSISTE
Grande Debate
e-pá! said...
Acho esta questão de extrema importância já que considero, nos tempos que correm, o domínio e a capacidade de tratamento da informação, um instrumento estratégico de valor incomensurável, portanto, mais grave que uma eventual especulação de preços que o quase monopólio acaba por "facilitar".
Assim, antes de adiantar qualquer comentário sobre este candente assunto, gostaria de saber:
- Que tipo de contratos (ou de acordos de prestação de serviços) a CPCHS – Companhia Portuguesa de Computadores, Healthcare Solutions, S.A., tem com os HH's públicos ou, eventualmente, com o MS.
Alguém pode explicar-me?
Acho esta questão de extrema importância já que considero, nos tempos que correm, o domínio e a capacidade de tratamento da informação, um instrumento estratégico de valor incomensurável, portanto, mais grave que uma eventual especulação de preços que o quase monopólio acaba por "facilitar".
Assim, antes de adiantar qualquer comentário sobre este candente assunto, gostaria de saber:
- Que tipo de contratos (ou de acordos de prestação de serviços) a CPCHS – Companhia Portuguesa de Computadores, Healthcare Solutions, S.A., tem com os HH's públicos ou, eventualmente, com o MS.
Alguém pode explicar-me?
e-pá! said...
Bem, em relação ao que, rapidamente, pude ler (em diagonal) do estipulado no "PROTOCOLO SGICM – SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADA DO CIRCUITO DO MEDICAMENTO (MÓDULOS: LOGÍSTICA, FARMÁCIA HOSPITALAR E PRESCRIÇÃO MÉDICA ON-LINE) PARA OS HOSPITAIS DO SNS" celebrado entre o IGIF e a CPC HS, várias dúvidas me assistem:
1 - Quantos HH's do SNS integraram o previsto no nº.2 da cláusula 4 (que estipulava o mínimo de 30 HH, até 31 de Dezembro de 2006);
2 - Se não foi atingido esse número (30) em que moldes foi renegociado o protocolo (como determina a clausula 6ª);
3 - Como foi possível que num sistema, construído em parceria com os Serviços de um H público- facto repetidamente referido no protocolo - seja registado do seguinte modo:
"A CPC HS mantém a propriedade intelectual e industrial de todo o Software que integra este acordo"...
4 - mais adiante, ainda se condiciona mais o sistema hipotecando o seu futuro:
"...incluindo todos os desenvolvimentos, adaptações e evoluções resultantes das tarefas de manutenção e desenvolvimento."
5 - como é possível que um protocolo seja assinado sem incluir claúsulas de recisão?
Enfim, dadas as recentes ocorrências, isto é, a aquisição da CPC HS pela CONSISTE, e a consequente "entrega" da informação sobre o "circuto dos medicamentos" nos HH do SNS aderentes, penso que só resta ao MS:
- endossar este "caso" aos serviços jurídicos do MS para renegociar ou anular (com todas as consequências o referido protocolo);
- verberar de forma veemente o comportamento do IGIF pela subscrição de um protocolo com consequências tão danosas para o MS.
- considerar que os dados referentes à "gestão integrada do circuito do medicamento" nos HH's são imprescindíveis instrumentos de controlo orçamental de serviços públicos do Estado, que não podem ser detidos por empresas privadas, muito menos pela CONSISTE/CPC HC, enfim pela ANF que, em Portugal, vende, distribui, ... medicamentos.
Portanto, só vejo um caminho digno... esvaziar este "negócio"!
Mais um imprevisto sarilho para CC (não lhe imputo responsabilidades na sua génese) em que terá de novamente "haver-se" com a ANF (com quem os confrontos têm corrido mal).
Em resumo: estou plenamente de acordo com "VidaNova" quando sublinha:
"Esperamos que ainda não seja tarde."
11:33 PM
Bem, em relação ao que, rapidamente, pude ler (em diagonal) do estipulado no "PROTOCOLO SGICM – SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADA DO CIRCUITO DO MEDICAMENTO (MÓDULOS: LOGÍSTICA, FARMÁCIA HOSPITALAR E PRESCRIÇÃO MÉDICA ON-LINE) PARA OS HOSPITAIS DO SNS" celebrado entre o IGIF e a CPC HS, várias dúvidas me assistem:
1 - Quantos HH's do SNS integraram o previsto no nº.2 da cláusula 4 (que estipulava o mínimo de 30 HH, até 31 de Dezembro de 2006);
2 - Se não foi atingido esse número (30) em que moldes foi renegociado o protocolo (como determina a clausula 6ª);
3 - Como foi possível que num sistema, construído em parceria com os Serviços de um H público- facto repetidamente referido no protocolo - seja registado do seguinte modo:
"A CPC HS mantém a propriedade intelectual e industrial de todo o Software que integra este acordo"...
4 - mais adiante, ainda se condiciona mais o sistema hipotecando o seu futuro:
"...incluindo todos os desenvolvimentos, adaptações e evoluções resultantes das tarefas de manutenção e desenvolvimento."
5 - como é possível que um protocolo seja assinado sem incluir claúsulas de recisão?
Enfim, dadas as recentes ocorrências, isto é, a aquisição da CPC HS pela CONSISTE, e a consequente "entrega" da informação sobre o "circuto dos medicamentos" nos HH do SNS aderentes, penso que só resta ao MS:
- endossar este "caso" aos serviços jurídicos do MS para renegociar ou anular (com todas as consequências o referido protocolo);
- verberar de forma veemente o comportamento do IGIF pela subscrição de um protocolo com consequências tão danosas para o MS.
- considerar que os dados referentes à "gestão integrada do circuito do medicamento" nos HH's são imprescindíveis instrumentos de controlo orçamental de serviços públicos do Estado, que não podem ser detidos por empresas privadas, muito menos pela CONSISTE/CPC HC, enfim pela ANF que, em Portugal, vende, distribui, ... medicamentos.
Portanto, só vejo um caminho digno... esvaziar este "negócio"!
Mais um imprevisto sarilho para CC (não lhe imputo responsabilidades na sua génese) em que terá de novamente "haver-se" com a ANF (com quem os confrontos têm corrido mal).
Em resumo: estou plenamente de acordo com "VidaNova" quando sublinha:
"Esperamos que ainda não seja tarde."
11:33 PM
Eduardo Faustino said...
Antes de colocar este “post” tive algumas duvidas se o que o devia fazer, o nível desceu substancialmente! Sem me arvorar em defensor da moral ou da ANF, queria só referir que a honestidade e a ética não existe apenas nas cabecinhas de alguns comentadores “iluminados”. Em todas as instituições e grupos profissionais é sempre possível encontrar pessoas que possam ser adjectivados com os melhores e piores adjectivos; que atravessam de forma estatisticamente idêntica toda a natureza humana.
É interessante e curioso analisar os fundamentos deste debate, e acompanhar as vias de pensamento, dos interlocutores em relação aos fundamentos e aos factos, apenas vou referir alguns a titulo de exemplo passando a transcreve-los e comentá-los de seguida:
“É grave porque passará a poder aceder a TODA a informação sobre cada prescritor (perfil do médico no hospital e na actividade privada), sobre preços e consumos de produtos farmacêuticos.”
Tendo trabalhado e sido consultor de algumas empresas da Industria Farmacêutica ao longo da minha carreira profissional, é interessante sublinhar a ignorância de alguns dos intervenientes (curiosamente muitos deles ao que suponho AH e médicos) como se toda a informação relevante não estivesse já disponível para quem a puder pagar leia-se empresas da Industria Farmacêutica se precisarem é só consultarem a IMS Health.
A ANF tem o monopólio de informação sobre
“perfil do médico no hospital e na actividade privada”
É absolutamente falso que a ANF tenha acesso ao perfil do médico ou sequer acesso a que especialidade o prescritor pertence.
Com efeito as receitas do SNS são entregues directamente pelas farmácias nas ARS, tendo a ANF apenas acesso ao montantes totais dos valores das prescrições, por farmácia e acesso aos montantes globais por produto é feito por amostragem e extrapolação sem acesso ao prescritor ou local de prescrição que em nenhum ponto do nosso circuito informático é introduzido. Repito sem acesso ao médico ou à sua especialidade.
Em todos os estudos de farmaco-economia e farmaco-epidiomilogia em que a nossa farmácia tem sido chamada a colaborar. Os estudos são feitos com anonimização absoluta do nome do médico e do paciente, como aliás não poderia deixar de ser.
Em relação ao acesso à informação a nível dos consumos hospitalares perfis etc... é no mínimo ridícula e naiff a maioria dos comentários, que são feitos... é o mesmo que dizer por a Consiste ser responsável por desenvolvimento de aplicações na Banca e da respectiva manutenção (como é o caso) tem acesso à informação sobre as contas dos clientes.
O que está de facto em causa é se de facto a Consiste é competente, tem estrutura de recursos humanos e tecnológicos e financeiros que garantam o desenvolvimento de um trabalho credível sustentável e continuado para o SNS utilizando as competências técnicas tecnológicas e humanas que foi criando ao longo da sua existência “vis a vis” outros concorrentes do mercado.
As bases de dados dos consumos públicos de medicamentos deverão ser públicas e transparentes... Curiosamente para que é um insider da Industria essa informação já conhecida com uma margem de erro mínima desde que tenha os meios necessários para as pagar... Parece que os únicos que não conhecem essa informação sãos os próprios Administradores Hospitalares e os dirigentes do MS.
De quem é a culpa de o MS não ter um conhecimento total e absoluto receita a receita utente a utente, médico a médico, farmácia a farmácia já que as receitas lhes são entregues na totalidade, com códigos de barras dos produtos dispensados códigos de barras dos prescritores e da grande maioria dos locais de prescrição??? É da ANF???
De quem é a culpa de o MS não conseguir que os seus próprios funcionários preencham devidamente todos os dados que são obrigatórios preencher numa receita de forma a que numa fase posterior do circuito possa tratar os dados com fiabilidade???
Meus senhores grande parte dos problemas é que em relação ao que deve ser feito e o que é feito efectivamente vai uma grande distância e infelizmente no MS a culpa morre sempre solteira...
Um abraço
6:21 PM
Antes de colocar este “post” tive algumas duvidas se o que o devia fazer, o nível desceu substancialmente! Sem me arvorar em defensor da moral ou da ANF, queria só referir que a honestidade e a ética não existe apenas nas cabecinhas de alguns comentadores “iluminados”. Em todas as instituições e grupos profissionais é sempre possível encontrar pessoas que possam ser adjectivados com os melhores e piores adjectivos; que atravessam de forma estatisticamente idêntica toda a natureza humana.
É interessante e curioso analisar os fundamentos deste debate, e acompanhar as vias de pensamento, dos interlocutores em relação aos fundamentos e aos factos, apenas vou referir alguns a titulo de exemplo passando a transcreve-los e comentá-los de seguida:
“É grave porque passará a poder aceder a TODA a informação sobre cada prescritor (perfil do médico no hospital e na actividade privada), sobre preços e consumos de produtos farmacêuticos.”
Tendo trabalhado e sido consultor de algumas empresas da Industria Farmacêutica ao longo da minha carreira profissional, é interessante sublinhar a ignorância de alguns dos intervenientes (curiosamente muitos deles ao que suponho AH e médicos) como se toda a informação relevante não estivesse já disponível para quem a puder pagar leia-se empresas da Industria Farmacêutica se precisarem é só consultarem a IMS Health.
A ANF tem o monopólio de informação sobre
“perfil do médico no hospital e na actividade privada”
É absolutamente falso que a ANF tenha acesso ao perfil do médico ou sequer acesso a que especialidade o prescritor pertence.
Com efeito as receitas do SNS são entregues directamente pelas farmácias nas ARS, tendo a ANF apenas acesso ao montantes totais dos valores das prescrições, por farmácia e acesso aos montantes globais por produto é feito por amostragem e extrapolação sem acesso ao prescritor ou local de prescrição que em nenhum ponto do nosso circuito informático é introduzido. Repito sem acesso ao médico ou à sua especialidade.
Em todos os estudos de farmaco-economia e farmaco-epidiomilogia em que a nossa farmácia tem sido chamada a colaborar. Os estudos são feitos com anonimização absoluta do nome do médico e do paciente, como aliás não poderia deixar de ser.
Em relação ao acesso à informação a nível dos consumos hospitalares perfis etc... é no mínimo ridícula e naiff a maioria dos comentários, que são feitos... é o mesmo que dizer por a Consiste ser responsável por desenvolvimento de aplicações na Banca e da respectiva manutenção (como é o caso) tem acesso à informação sobre as contas dos clientes.
O que está de facto em causa é se de facto a Consiste é competente, tem estrutura de recursos humanos e tecnológicos e financeiros que garantam o desenvolvimento de um trabalho credível sustentável e continuado para o SNS utilizando as competências técnicas tecnológicas e humanas que foi criando ao longo da sua existência “vis a vis” outros concorrentes do mercado.
As bases de dados dos consumos públicos de medicamentos deverão ser públicas e transparentes... Curiosamente para que é um insider da Industria essa informação já conhecida com uma margem de erro mínima desde que tenha os meios necessários para as pagar... Parece que os únicos que não conhecem essa informação sãos os próprios Administradores Hospitalares e os dirigentes do MS.
De quem é a culpa de o MS não ter um conhecimento total e absoluto receita a receita utente a utente, médico a médico, farmácia a farmácia já que as receitas lhes são entregues na totalidade, com códigos de barras dos produtos dispensados códigos de barras dos prescritores e da grande maioria dos locais de prescrição??? É da ANF???
De quem é a culpa de o MS não conseguir que os seus próprios funcionários preencham devidamente todos os dados que são obrigatórios preencher numa receita de forma a que numa fase posterior do circuito possa tratar os dados com fiabilidade???
Meus senhores grande parte dos problemas é que em relação ao que deve ser feito e o que é feito efectivamente vai uma grande distância e infelizmente no MS a culpa morre sempre solteira...
Um abraço
6:21 PM
e-pá! said...
Eduardo Faustino:
Devemos, então, acreditar que a compra da CPC HS pela CONSISTE é um mera operação de aquisição para aumento do volume de negócios, sem nenhum posicionamento estratégico por detrás.
Nesse sentido, a CONSISTE/ANF estaria disposta a renegociar o "leonino" protocolo firmado entre o IGIF e a CPC HS. É de supor que, se tiver necessidade disso, a ANF também consulte a IMS Health...
Acho que o MS deveria aproveitar esta eventual janela de oportunidade e proteger dados dos seus utentes, bem como salvaguardar um instrumento de trabalho indispensável à planificação e gestão hospitalar.
Por alguns dos que aqui escrevem serem, p. exº., médicos, é que lhe podem sugerir que os DIM têm informações sobre o perfil da prescrição médica que, acreditando na sua opinião, não provindo das farmácias só poderão ter origem nas ARS's. Foi isso que sugeriu?
Estou completamente de acordo com a transparência e o rigor dos consumos medicamentosos ( e de outras rubricas) hospitalares.
Não posso aceitar o que diz no seu comentário: "As bases de dados dos consumos públicos de medicamentos deverão ser públicas".
As bases de dados contêm muita informação (confidencial) que deverá, nos termos da lei, ser protegida. O circuito do medicamento no Hospital integra:
a logística, a farmácia hospitalar e a prescrição médica "on line".
Dados fundamentais para qualquer trabalho nesta área. Por outro lado, a prescrição médica "on line" é descodificável quanto à sua origem e permite estabelecer perfis individualizados de prescrição.
Não vale a pena tapar o sol com uma peneira.
O conhecimento pela ANF do circuito do medicamento hospitalar é fundamental para o desenvolvimento da sua estratégia envolvente na área da saúde.
E será tanto maior se, algum dia se visualizar, eventuais ou novos interesses da ANF em integrar a produção de medicamentos, como já indiciou no passado - não esqueçamos.
A ANF não é uma mera associação de farmacêuticos.
É o maior lobby da saúde em Portugal.
Dificilmente escapará à vigilância do mercado e ao rastreio das suas intenções e poucos, ou nenhuns, acreditarão no seu "desinteresse" por uma mais detalhada informação na área da saúde hospitalar.
Finalmente, ninguém acredita que a ANF tenha gasto recursos numa compra desnecessária...ou supérfula.
É que os naiff's começam a escassear e os ingénuos são cada vez menos.
8:14 PM
Eduardo Faustino:
Devemos, então, acreditar que a compra da CPC HS pela CONSISTE é um mera operação de aquisição para aumento do volume de negócios, sem nenhum posicionamento estratégico por detrás.
Nesse sentido, a CONSISTE/ANF estaria disposta a renegociar o "leonino" protocolo firmado entre o IGIF e a CPC HS. É de supor que, se tiver necessidade disso, a ANF também consulte a IMS Health...
Acho que o MS deveria aproveitar esta eventual janela de oportunidade e proteger dados dos seus utentes, bem como salvaguardar um instrumento de trabalho indispensável à planificação e gestão hospitalar.
Por alguns dos que aqui escrevem serem, p. exº., médicos, é que lhe podem sugerir que os DIM têm informações sobre o perfil da prescrição médica que, acreditando na sua opinião, não provindo das farmácias só poderão ter origem nas ARS's. Foi isso que sugeriu?
Estou completamente de acordo com a transparência e o rigor dos consumos medicamentosos ( e de outras rubricas) hospitalares.
Não posso aceitar o que diz no seu comentário: "As bases de dados dos consumos públicos de medicamentos deverão ser públicas".
As bases de dados contêm muita informação (confidencial) que deverá, nos termos da lei, ser protegida. O circuito do medicamento no Hospital integra:
a logística, a farmácia hospitalar e a prescrição médica "on line".
Dados fundamentais para qualquer trabalho nesta área. Por outro lado, a prescrição médica "on line" é descodificável quanto à sua origem e permite estabelecer perfis individualizados de prescrição.
Não vale a pena tapar o sol com uma peneira.
O conhecimento pela ANF do circuito do medicamento hospitalar é fundamental para o desenvolvimento da sua estratégia envolvente na área da saúde.
E será tanto maior se, algum dia se visualizar, eventuais ou novos interesses da ANF em integrar a produção de medicamentos, como já indiciou no passado - não esqueçamos.
A ANF não é uma mera associação de farmacêuticos.
É o maior lobby da saúde em Portugal.
Dificilmente escapará à vigilância do mercado e ao rastreio das suas intenções e poucos, ou nenhuns, acreditarão no seu "desinteresse" por uma mais detalhada informação na área da saúde hospitalar.
Finalmente, ninguém acredita que a ANF tenha gasto recursos numa compra desnecessária...ou supérfula.
É que os naiff's começam a escassear e os ingénuos são cada vez menos.
8:14 PM
Eduardo Faustino said...
“Devemos, então, acreditar que a compra da CPC HS pela CONSISTE é um mera operação de aquisição para aumento do volume de negócios, sem nenhum posicionamento estratégico por detrás.”
Meu caro amigo e-pá é claro que tem um claro posicionamento estratégico – mas absolutamente transparente e legitimo que do nosso ponto de vista criar e agregar e criar valor à nossa actividade e intervenção profissional, ao próprio sistema de Saúde em ultima análise ao Pais. Sempre o pretendemos sempre o afirmamos, e alocamos os recursos necessários para tal.
A seguir transcrevo o que está escrito e é do conhecimento público:
A nossa intervenção empresarial incidirá em quatro áreas fundamentais: actividades directamente relacionadas com o circuito do medicamento, prestação de cuidados de saúde, tecnologias e sistemas de informação e outras áreas que suportem a eficiência organizacional e financeira das farmácias.
As farmácias têm, neste domínio, de estar preparadas para responder aos desafios que os utentes e os nossos parceiros nos colocam, particularmente das entidades que comparticipam no preço dos medicamentos.
O investimento em tecnologias e sistemas de informação é, por isso mesmo, estrategicamente muito importante.
Ainda sobre o Sifarma, devemos continuar a aperfeiçoar as suas quatro componentes fundamentais: vertente profissional, relacionamento com entidades, informação de gestão e comunicação com parceiros e farmácias.
A parceria entre o Governo Regional da Madeira e as farmácias é um exemplo paradigmático da importância da cooperação institucional, pública e privada, tendo permitido, num curto espaço de tempo, a implementação de um pioneiro sistema integrado de informação na área da saúde
Este sistema visa a segurança e controle do circuito do medicamento, salvaguardando a defesa do interesse público e respeitando o interesse privado, integrando, entre outros aspectos, a implementação da receita electrónica.
”Por alguns dos que aqui escrevem serem, p. exº., médicos, é que lhe podem sugerir que os DIM têm informações sobre o perfil da prescrição médica que, acreditando na sua opinião, não provindo das farmácias só poderão ter origem nas ARS's. Foi isso que sugeriu?”
Meu caro amigo é-pá em relação ao perfil das prescrições a informação que a IMS organiza de forma tão aperfeiçoada, não lhe posso responder com exactidão, porque para eles o segredo é a alma do negócio, mas acredito que ela chega de várias fontes, relatórios de DIMS, painéis de profissionais médicos, paineis de farmácias ??? paineis de armazenistas, consultores bem informados em todo o circuito...em relação às ARS sinceramente não sei. Só lhe posso dizer é que a ANF através do sistema informático das Farmácias não tem acesso ao perfil do prescritor nem ao local da prescrição.
É um mercado que para a dimensão do nosso pais valera para a IMS cerca de 6-7 milhões de euros por ano.
Não posso aceitar o que diz no seu comentário: "As bases de dados dos consumos públicos de medicamentos deverão ser públicas".
Só me refiro a aspectos de preços de quantidades imputáveis a cada serviço público...
10:03 PM
“Devemos, então, acreditar que a compra da CPC HS pela CONSISTE é um mera operação de aquisição para aumento do volume de negócios, sem nenhum posicionamento estratégico por detrás.”
Meu caro amigo e-pá é claro que tem um claro posicionamento estratégico – mas absolutamente transparente e legitimo que do nosso ponto de vista criar e agregar e criar valor à nossa actividade e intervenção profissional, ao próprio sistema de Saúde em ultima análise ao Pais. Sempre o pretendemos sempre o afirmamos, e alocamos os recursos necessários para tal.
A seguir transcrevo o que está escrito e é do conhecimento público:
A nossa intervenção empresarial incidirá em quatro áreas fundamentais: actividades directamente relacionadas com o circuito do medicamento, prestação de cuidados de saúde, tecnologias e sistemas de informação e outras áreas que suportem a eficiência organizacional e financeira das farmácias.
As farmácias têm, neste domínio, de estar preparadas para responder aos desafios que os utentes e os nossos parceiros nos colocam, particularmente das entidades que comparticipam no preço dos medicamentos.
O investimento em tecnologias e sistemas de informação é, por isso mesmo, estrategicamente muito importante.
Ainda sobre o Sifarma, devemos continuar a aperfeiçoar as suas quatro componentes fundamentais: vertente profissional, relacionamento com entidades, informação de gestão e comunicação com parceiros e farmácias.
A parceria entre o Governo Regional da Madeira e as farmácias é um exemplo paradigmático da importância da cooperação institucional, pública e privada, tendo permitido, num curto espaço de tempo, a implementação de um pioneiro sistema integrado de informação na área da saúde
Este sistema visa a segurança e controle do circuito do medicamento, salvaguardando a defesa do interesse público e respeitando o interesse privado, integrando, entre outros aspectos, a implementação da receita electrónica.
”Por alguns dos que aqui escrevem serem, p. exº., médicos, é que lhe podem sugerir que os DIM têm informações sobre o perfil da prescrição médica que, acreditando na sua opinião, não provindo das farmácias só poderão ter origem nas ARS's. Foi isso que sugeriu?”
Meu caro amigo é-pá em relação ao perfil das prescrições a informação que a IMS organiza de forma tão aperfeiçoada, não lhe posso responder com exactidão, porque para eles o segredo é a alma do negócio, mas acredito que ela chega de várias fontes, relatórios de DIMS, painéis de profissionais médicos, paineis de farmácias ??? paineis de armazenistas, consultores bem informados em todo o circuito...em relação às ARS sinceramente não sei. Só lhe posso dizer é que a ANF através do sistema informático das Farmácias não tem acesso ao perfil do prescritor nem ao local da prescrição.
É um mercado que para a dimensão do nosso pais valera para a IMS cerca de 6-7 milhões de euros por ano.
Não posso aceitar o que diz no seu comentário: "As bases de dados dos consumos públicos de medicamentos deverão ser públicas".
Só me refiro a aspectos de preços de quantidades imputáveis a cada serviço público...
10:03 PM
tonitosa said...
Concordo com o que diz o Eduardo Faustino.
Acrescento que a IMS conta com a colaboração de vários hospitais e Centros de Saúde.
Faz o tratamento dos dados e presta informação (comparada) sobre consumos de medicamentos (não identificando os centros de consumo) que, se for trabalhada não deixa de ser útil (muito útil) para os destinatários dessa informação.
12:44 AM
Concordo com o que diz o Eduardo Faustino.
Acrescento que a IMS conta com a colaboração de vários hospitais e Centros de Saúde.
Faz o tratamento dos dados e presta informação (comparada) sobre consumos de medicamentos (não identificando os centros de consumo) que, se for trabalhada não deixa de ser útil (muito útil) para os destinatários dessa informação.
12:44 AM
Vida Nova said...
Caro Eduardo Faustino
Apreciei o seu esforço de tapar o sol (ANF) com a peneira para tentar resguardá-la, sem sucesso porque a dita tem buracos muito grandes.
Ao fazê-lo diz simultaneamente duas coisas:
.ANF não tem acesso ao perfil do médico (o que duvido);
.Todos têm acesso (menos os AH e o MS) desde que paguem.
É uma contradição nos próprios termos, depois quem acredita que o Costa Freire não acede á informação se a tiver ali á mão? Ainda por cima valendo ela bom dinheiro?
Vem dizer-nos que a Consiste é competente e que utilizou competências tecnológicas, técnicas e humanas "vis a vis" outos concorrentes. Não se esqueça que:
- O mercado onde actuou é protegido, incidindo sobretudo sobre as próprias farmácias e a informatização do circuito do medicamento;
- Que o fez recorrendo aos muitos milhões de contos dos juros de mora, disponíveis por ser o lobby mais poderoso - não esquecer que nenhum fornecedor ou prestadores médicos o conseguiram - ninguém mais tem uma mina dessas.
Chegou ao ponto de dizer que a Consiste quer ser monopólio "salvaguardando a defesa do interesse público"! Não lembra ao diabo.
Mas o que interessa não é a competência ou incompetência da Consiste. Interessa sim que se trata de alargar o monopólio farmacêutico, visto que ANF já detém as Farmácias-oficina, a maior parte da Distribuição e agora o Software hospitalar onde vai quer entrar na concessão de Farmácias ambulatórias. Pense-se desde logo em dois efeitos:
- No próximo concurso de concessão das farmácias hospitalares vai ter informação privilegiada que será decisiva para a proposta.
- A subida de preços para os hospitais, que já aí está (poder de monopólio a funcionar).
A ANF assentando no poder imenso de lobby recolheu muitos milhões de contos do Estado, alargou depois com eles o seu poder à Distribuição, á produção de medicamentos, a laboratórios etc., e quer agora estender a sua "defesa do interesse público" aos hospitais - também quer estender á "prestação de serviços de saúde" (os médicos e enfermeiros que se cuidem). Detém o quase monopólio no software de medicamentos, passará depois a: concessão de farmácias de ambulatório e dos próprios SF (como no Amadora-Sintra) e à extensão á restante logística hospitalar.
Nada temos contra as farmácias, que até funcionam bem, os farmacêuticos e o seu direito de se associarem, com Ordem, Associação e Sindicatos. Temos tudo contra o mais poderoso lobby da saúde, a sua imensda ambição e a evolução recente:
- Actuação como monopolista nas farmácias (cartel);
- Alargamento do poder á distribuição de medicamentos, em posição com grande poder de monopólio;
- Alargamento á informática hospitalar de medicamentos em quase monopólio;
- Começou a produção de medicamentos e também um laboratório de medicamentos;
Sempre utilizando o poder para benefício próprio da clique que tem o poder e para reforço da posição do todo poderoso lobby.
Pergunto: O que aconteceria se fosse a Apifarma a comprar as farmácias, a distribuição, a tomar as novas farmácias hospitalares e a informatização dos medicamentos? Ou se fosse a Ordem dos Médicos?
Seria também um monopólio para "salvaguarda do interesse público" ou já seria demoníaco?
12:49 AM
Apreciei o seu esforço de tapar o sol (ANF) com a peneira para tentar resguardá-la, sem sucesso porque a dita tem buracos muito grandes.
Ao fazê-lo diz simultaneamente duas coisas:
.ANF não tem acesso ao perfil do médico (o que duvido);
.Todos têm acesso (menos os AH e o MS) desde que paguem.
É uma contradição nos próprios termos, depois quem acredita que o Costa Freire não acede á informação se a tiver ali á mão? Ainda por cima valendo ela bom dinheiro?
Vem dizer-nos que a Consiste é competente e que utilizou competências tecnológicas, técnicas e humanas "vis a vis" outos concorrentes. Não se esqueça que:
- O mercado onde actuou é protegido, incidindo sobretudo sobre as próprias farmácias e a informatização do circuito do medicamento;
- Que o fez recorrendo aos muitos milhões de contos dos juros de mora, disponíveis por ser o lobby mais poderoso - não esquecer que nenhum fornecedor ou prestadores médicos o conseguiram - ninguém mais tem uma mina dessas.
Chegou ao ponto de dizer que a Consiste quer ser monopólio "salvaguardando a defesa do interesse público"! Não lembra ao diabo.
Mas o que interessa não é a competência ou incompetência da Consiste. Interessa sim que se trata de alargar o monopólio farmacêutico, visto que ANF já detém as Farmácias-oficina, a maior parte da Distribuição e agora o Software hospitalar onde vai quer entrar na concessão de Farmácias ambulatórias. Pense-se desde logo em dois efeitos:
- No próximo concurso de concessão das farmácias hospitalares vai ter informação privilegiada que será decisiva para a proposta.
- A subida de preços para os hospitais, que já aí está (poder de monopólio a funcionar).
A ANF assentando no poder imenso de lobby recolheu muitos milhões de contos do Estado, alargou depois com eles o seu poder à Distribuição, á produção de medicamentos, a laboratórios etc., e quer agora estender a sua "defesa do interesse público" aos hospitais - também quer estender á "prestação de serviços de saúde" (os médicos e enfermeiros que se cuidem). Detém o quase monopólio no software de medicamentos, passará depois a: concessão de farmácias de ambulatório e dos próprios SF (como no Amadora-Sintra) e à extensão á restante logística hospitalar.
Nada temos contra as farmácias, que até funcionam bem, os farmacêuticos e o seu direito de se associarem, com Ordem, Associação e Sindicatos. Temos tudo contra o mais poderoso lobby da saúde, a sua imensda ambição e a evolução recente:
- Actuação como monopolista nas farmácias (cartel);
- Alargamento do poder á distribuição de medicamentos, em posição com grande poder de monopólio;
- Alargamento á informática hospitalar de medicamentos em quase monopólio;
- Começou a produção de medicamentos e também um laboratório de medicamentos;
Sempre utilizando o poder para benefício próprio da clique que tem o poder e para reforço da posição do todo poderoso lobby.
Pergunto: O que aconteceria se fosse a Apifarma a comprar as farmácias, a distribuição, a tomar as novas farmácias hospitalares e a informatização dos medicamentos? Ou se fosse a Ordem dos Médicos?
Seria também um monopólio para "salvaguarda do interesse público" ou já seria demoníaco?
12:49 AM
e-pá! said...
Subscrevo as inquietações manifestadas no comentário de "Vida Nova".
Só acrescento:
se a Saúde fosse (já) um mercado de valores - devagar para lá caminha ! - a compra pela ANF/CONSISTE da CPC HS, configuaria o crime de "inside trading" visando o SNS.
9:31 AM
Só acrescento:
se a Saúde fosse (já) um mercado de valores - devagar para lá caminha ! - a compra pela ANF/CONSISTE da CPC HS, configuaria o crime de "inside trading" visando o SNS.
9:31 AM
(... Continua)
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